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A estas duas vertentes historiográficas do canonista há que acrescentar textos de natureza cultural acima referidos e que, em boa parte, viriam a ser publicados, nas Memórias da Academia das Ciências de Lisboa. Com a Memória da Literatura sagrada dos Judeus portugueses desde o tempo da Monarquia até aos fins do século XV iniciaria o autor uma série de estudos que se prolongam até ao século XVIII. Trata-se de um levantamento valorativo e criterioso, isento de considerações de natureza religiosa, não obstante a clara tomada de posição expressa na tolerância étnica e religiosa, de tipo particular, que sempre defendeu. O interesse pela obra de matemáticos portugueses, como Pedro Nunes ou Francisco de Melo ou de estrangeiros em Portugal que à mesma ciência se devotaram, tem que ser entendido no quadro das suas convicções reformistas em que o investimento científico se perfilava como incontornável fator de melhoramento económico e social. A vasta erudição e as responsabilidades de bibliotecário desde o tempo em que exerceu o cargo na Universidade de Coimbra mas sobretudo depois como organizador da Real Biblioteca Pública em Março de 1804 explicam, em parte, a sua preocupação em desenvolver os estudos pioneiros, para a época, sobre a tipografia e o cuidado muito especial que dedicou à numismática, como instrumento indispensável de datação o mais rigorosa possível. Por fim, os interesses estéticos de António Ribeiro dos Santos, que poetou sob o nome arcádico de Elpino Duriense, estão documentados não só através valiosa sistematização teórica e histórica sobre as artes e as letras mas, também no seu estudo Das origens e progressos da poesia portuguesa. |
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