Colaborou, nomeadamente, em jornais como o Novidades (do Patriarcado de Lisboa), o Correio de Coimbra (da Diocese de Coimbra), o Diário da Manhã (da União Nacional) e a Voz; na revista Estudos (do CADC de Coimbra) e em publicações periódicas de cariz científico e/ou tecnológico (Coimbra Médica, Higiene e Hidrologia, Biblos, Arquivo Pedagógico, Saúde Escolar). Editou, também, monografias sobre higiene e epidemiologia, “medicina social” e saúde escolar, religião e “higiene moral”, sociologia e pedagogia, história e didáctica da História. Realçamos A hereditariedade da sífilis (1897), O alcoolismo (1898), O catolicismo e a higiene (1918), “A história à luz da sciência social” (1926), A sciência social na educação e na história (1926), “Uma educação boa deve ser nacional” (1928), “O estudo da História” (1929), Educação nacional (1938), Questões de educação (1949), Ideias fundamentais sobre a Escola Primária (1952).

Procurou fomentar a divulgação em Portugal da “sociologia experimental”, encontrando-se associado aos estudos entre nós realizados por Léon Poinsard e Paul Descamps. Mesmo face a estes antecedentes, nos anos trinta a sessenta a ditadura salazarista encarou aquela área do saber como uma ameaça, excluindo-a do sistema de investigação e de ensino superior. Talvez por ter adoptado uma postura ensaística decorrente da sua formação autodidata, quer no âmbito da sociologia quer da historiografia João Serras e Silva foi sobretudo influenciado por autores e obras publicados em língua francesa — com origem francesa, belga e polaca — e em língua inglesa.

Tendo atingido a maturidade intelectual numa época em que, em Portugal como nos países mais desenvolvidos, não se tinha ainda estruturado um grupo socioprofissional de investigadores e/ou de professores de história maioritariamente graduados e pós-graduados em história, João Serras e Silva leccionou na FLUC, de 1920/1921 a 1932/1933, a disciplina nuclear de História dos Descobrimentos e da Colonização Portuguesa. Defendeu sempre uma historiografia – investigação, docência e divulgação – interpretativa e estrutural, globalizante mas “nacionalista esclarecida”, influenciada pelos pressupostos epistemológicos e teóricos de um “positivismo católico” e, mesmo, do idealismo crítico. Não advogou — ou recusou mesmo — a adopção do historicismo neo-metódico enquanto corrente historiográfica oficiosa (ou oficial) do Estado Novo.

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