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Payne inovou em dois importantes sentidos distintos. Por um lado, escolheu investigar a história de um país que, segundo o próprio, praticamente não havia sido estudado nas Universidades por onde passou. Por outro lado, a sua investigação sobre o fascismo distinguiu-se devido à sua inovadora combinação da perspetiva comparada com a abordagem culturalista desenvolvida por Mosse. Esta abordagem caracterizou-se pelo ênfase da ideologia na análise do fascismo, definindo-a através do método da empatia metodológica. Este método desenvolvido por Mosse, e que permitia uma melhor compreensão do pensamento fascista, contribuiu fundamentalmente para uma posterior renovação dos estudos do fascismo, por volta da década de 1990 (Roger Griffin, Fascism, 2018, p. 40). Até lá, poucos foram os historiadores que o valorizaram e foram por si influenciados. Payne foi um deles, tendo investigado o fascismo segundo uma perspetiva “inside out” centrada nas fontes primárias (“Oral History...”, 2018). Em 1960 o historiador terminou a sua tese doutoral denominada José Antonio and the Beginning of Falange Española, que conduziu à publicação do seu primeiro livro intitulado Falange: A History of Spanish Fascism. Esta obra destacou-se pela análise pioneira e distanciada do principal movimento fascista espanhol. Payne incluiu a empatia metodológica na sua análise ao centrá-la nas fontes primárias, nomeadamente nas obras dos líderes fascistas espanhóis. Através desta abordagem, conseguiu estabelecer as prematuras bases para a sua futura definição genérica do fascismo (Michael Seidman, “Stanley G. Payne: An Intellectual Biography”, 2008, p. xii). Além disso, apresentou logo nesta obra uma posição crítica que se consolidaria na sua carreira e se tornaria controversa, segundo a qual fora a esquerda a iniciar o ciclo de violência no qual os fascistas entraram, e portanto a desestabilizar a república em primeiro lugar (Idem, p. xi). Nas décadas seguintes o autor produziu várias outras obras de destaque sobre a história contemporânea de Espanha e sobre o fascismo. Em 1967 publicou Franco’s Spain, obra caracterizada por um olhar crítico sobre a construção da ditadura franquista, se bem que numa perspetiva que pertendeu ser distanciada e equilibrada (Idem,pp. xi-xii). Nas obras seguintes consolidou a sua posição de historiador conservador, crítico da esquerda republicana na guerra civil e promotor de uma perspetiva cada vez mais próxima das narrativas de direita. |
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