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A sua profunda crítica da direita fascista espanhola foi contrabalançada pela acusação de que fora a esquerda a iniciar a violência, tendo-o defendido sobretudo depois da publicação da sua terceira obra, The Spanish Revolution, publicada em 1970. No livro The Spanish Civil War, the Soviet Union, and Communism, publicado em 2004, o autor argumentou que a Guerra Civil de Espanha se enquadrou não na dinâmica de luta entre o demoliberalismo e o fascismo, mas sim no confronto entre o revolucionarismo de esquerda e a contra-revolução direitista (Idem, p. xiv). Em 1973 Payne publicou uma obra centrada não só em Espanha como também em Portugal. A History of Spain and Portugal saiu em dois volumes, nos quais o autor abordou de forma objetiva e comparativa a história moderna e contemporânea destes dois países. No segundo volume desta obra o autor apresentou aquela que seria a sua perspetiva quanto ao autoritarismo português contemporâneo. Segundo ele, o golpe de 28 de maio de 1926 havia produzido uma ditadura que se transformou não num regime fascista, mas sim num autoritarismo conservador, tradicionalista e corporativista, perspetiva partilhada com grande parte dos demais especialistas estrangeiros no estudo do Estado Novo (A History of Portugal and Spain,vol. II, 1973, pp. 663-684). Durante este período, o autor foi-se progressivamente aproximando dos círculos intelectuais de direita espanhóis (Francisco J. R. Jímenez, “Stanley Payne ¿Una trayectoria...?”, 2015, pp. 25-26), enquanto se consolidou a sua posição como hispanista de renome, além de ter aprofundado os seus estudos sobre o fascismo. Em 1980, antecipando já a fase de renovação dos estudos do fascismo que culminaria na seguinte década, publicou Fascism: Comparison and Definition, obra na qual apresentou a sua proposta de definição genérica partindo da sua perspetiva conservadora, comparada e culturalista. Esta foi apresentada não como uma fórmula sucinta, mas sim na forma de uma elaborada mas objetiva descrição tipológica que incluiu vários elementos: as “negações fascistas” – o anti-liberalismo, anti-marxismo, anti-iluminismo, etc; os aspetos ideológicos e culturais – o nacionalismo, o culto à virilidade, à mística ascética, o decadentismo de fin de siècle, etc.; e por fim os socioeconómicos – as estruturas e dinâmicas dos movimentos e partidos fascistas (El fascismo, 2022, p. 16). Entre outras publicações, Payne lançou em 1995 A History of Fascism, 1914-1945, uma obra na qual consolidou os seus argumentos anteriores e apresentou uma visão mais ampla e aprofundada da história dos vários fascismos europeus. Em 2000 produziu outra obra de monta, Fascism in Spain 1923-1977, na qual apresentou uma análise mais consolidada do mesmo tema do seu primeiro livro – o movimento fascista espanhol FE de las JONS –, com base em fontes primárias e uma abordagem “inside out”. |
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