Outros temas que à data se encontravam pouco desenvolvidos pela historiografia portuguesa mereceram espaço nas páginas do Archivo. São os casos, a título de exemplo, de estudos de fundo económico mas também tecnológico, como o de Victor Ribeiro «Artes e Indústrias em Portugal no século XVIII» (vol. IX, 1914); do contínuo estudo sobre a Inquisição, de António Baião «A Inquisição em Portugal e no Brasil» (vol. V, 1907 e vol. VI, 1908); do interessante estudo de Pedro A. de Azevedo «Os ciganos em Portugal no séc. XVI e XVII» (vol. VII, 1909); ou de um curioso estudo sobre o "feminismo", de A. Costa Lobo «Um campeão do feminismo no século XV» (vol. II, 1904). Uma menção igualmente importante para o estimulante trabalho de João Lúcio de Azevedo sobre o sebastianismo, obra publicada em 1918, mas que aparece já bastante desenvolvida nas páginas do Archivo, «A evolução do sebastianismo» (vol. X, 1916). A tendência para a especialização, com o tratamento sistemático de determinados temas, foi assim patente no Archivo (J.A. Mendes, "Revistas de História", p. 213). Também revelador desta dinâmica historiográfica foi a opção pelos estudos biográficos, bem patente na revista, com diversificados exemplos como os de Francisco Leitão Ferreira «Notícias da Vida de André de Resende» (vol. III e IX) ou de Edgar Prestage «D. Francisco Manuel de Mello. Documentos biográficos» (vol. VII, 1909).
A estrutura interna do Archivo era relativamente simples: apresentava sempre, na página inicial, um pequeno «Sumário» dos autores e dos seus artigos no volume. Cada um tinha igualmente importantes índices alfabéticos e cronologias (nas últimas páginas), sendo estes essencialmente fruto da persistência metódica de A. Braamcamp Freire e que constituíam, sem dúvida, uma útil ferramenta de trabalho ou de pesquisa rápida - casos houve, como em 1910, em que a publicação se atrasou por estes índices não estarem concluídos. Aliás, a feitura de índices, sobre diferentes temas ou objectos, veio a ser uma marca na produção historiográfica de A. Braamcamp Freire, como sintomaticamente referiria António Baião anos mais tarde (Elogio Histórico de A. Braamcamp Freire, 1925, p. 7). Há no entanto um volume que merece particular destaque, o IV, de 1906: este apresenta não só um pequeno relatório de contas, em que podemos observar que as finanças do Archivo eram (cronicamente?) deficitárias (Archivo, vol. IV, pp. VI-VII), mas também uma interessante lista de assinantes da revista (aparece outra, mais reduzida, no volume a seguir), em que é assinalável uma relativa diversidade geográfica, quer nacional como estrangeira (mas também a nível institucional).
Desconhece-se os motivos porque a publicação do Archivo acabou abruptamente.