No âmbito da Literatura e Filologia medievais e renascentistas, procedeu-se à publicação crítica de fontes e documentação histórica, sobretudo de natureza epistolar, onde se inserem, adiante outros títulos, as actas e livros de vereações municipais bracarenses e das suas cercanias.. Não foram ainda esquecidas as comemorações das efemérides municipais e bracarenses nas décadas de 1950-1960, inclusive de natureza cívica e religiosa, da mesma forma como encontramos numerosos esboços numismáticos romanos, suevos, visigóticos, muçulmanos e portugueses, etc. Como se de uma perfeita miscelânea se tratasse, logo a seguir encontramos reflexões de carácter pedagógico-didáctico em paralelo com trabalhos importantíssimos sobre a Restauração (1640-1668), de utilíssimo parecer. Neste rol de assuntos, vejam-se os artigos dirigidos à diplomacia desde os prenúncios da portugalidade, não esquecendo os mais variados estudos sócio-económicos, as recensões bibliográficas sobre dinâmicas demográficas até à História de Arte, onde se inserem importantes adendas quanto ao entendimento histórico da pintura e música nacionais, cujas origens são de árdua exploração.
Não obstante, o leitor e o investigador encontram aqui outros trabalhos consagrados à Alta Idade Média – onde as figuras de S. Dâmaso (305-384), Paulo Orósio (c. 385-c. 420), S. Martinho de Dume (c. 510/5-c. 579/580) e S. Frutuoso de Braga (c. 595-c. 665), entre outras menções biográficas –, à formação e consolidação da nacionalidade, sem descurar os percursos da Idade Moderna até ao século XX, abordando um universo indiscriminado entre a História Social, a História Política e a História Religiosa, entre outros ‘topos’ historiográficos. No âmbito das suas orientações historiográficas gerais, ainda que tal não fosse previamente estipulado, praticou-se uma «escrita» da História fundamentalmente positiva, de natureza documental e factual, com uma crítica de fontes próxima da História Metódica, essencialmente descritiva e não tanto interpretativa – nesse sentido, vejam-se, entre outros, os artigos «A História: função do espaço e tempo humanos», por Vitorino de Sousa Alves (Bracara Augusta, vols. XIV-XV, n.os 1-2, Janeiro-Dezembro 1963, pp. 27-28); ou «A História e o Método Experimental», por Duque Vieira (Bracara Augusta, vols. XVIII-XIX, n.os 41-42, Janeiro-Dezembro 1965, pp. 408-411). Todos os volumes da revista Bracara Augusta são, consequentemente, um repositório extraordinário da vivência histórica bracarense, uma excelência acrescida pelo impulso heurístico do Arquivo Municipal de Braga e outras organizações científicas.