Esta premissa vem claramente descrita no texto de apresentação, publicado no primeiro número, no ano de 1965: «não carece ser demonstrada a necessidade de um Centro de Estudos dispor de um órgão próprio onde possa apresentar as conclusões que for tirando relativamente aos seus trabalhos em curso ou onde possa abordar temas e fixar pesquisas [...] Além disso, é desnecessário salientar a vantagem que há em dispor de uma publicação onde sejam acolhidos trabalhos de historiadores nacionais e estrangeiros cujos métodos, problemática e conclusões revistam interesse para a cultura histórica portuguesa» ("Apresentação", Do Tempo e da História, vol. I, p. 3).
Numa primeira análise, este periódico foi composto por cinco números editados durante sete anos. Contudo, refira-se que o primeiro volume é publicado em 1965 e o segundo apenas em 1968, o terceiro em 1970, o quarto em 1971 e o quinto em 1972. Publicada em Lisboa, esta revista, dirigida a um público especializado e universitário, não era dividida formalmente por secções temáticas. Habitualmente compunha-se por uma nota prévia da directora, o elenco dos artigos e notas bibliográficas. São desconhecidas outras características, como a sua tiragem e o preço de capa.
A ligação entre a revista e os projectos de investigação desenvolvidos no centro é bastante evidente, como se pode observar nos volumes IV e V onde vem expressamente referido o seguinte "Alguns estudos insertos neste volume integram-se no projecto de investigação LL-4 do Instituto de Alta Cultura, em execução por este Centro de Estudos Históricos" [Ibid.]. O projecto LL-4 durou três anos (1971-1973), sendo constituído por três grupos principais. O primeiro debruçou-se sobre as estruturas sociais e económicas dos meios rurais portugueses durante a Idade Média e era composto pelos seguintes investigadores: José Mattoso, Maria José Lagos Trindade, Iria Gonçalves e Maria José Pimenta Ferro. O trabalho do segundo grupo incidiu sobre os italianos e a dinâmica político-financeira da expansão portuguesa (séculos XV e XVI) e era constituído por Virgínia Rau, Eduardo Borges Nunes e Ana Maria Pereira Ferreira. O terceiro e último grupo trabalhou a diplomacia e epistolografia do século XVII (1640-1703) e era composto por Virgínia Rau, Maria Adelaide Salvador Marques, Pedro Canavarro e Maria Teresa Trigo Neto e Cova.