É de realçar a estreita ligação entre o Centro de Estudos Históricos e a secção de história da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, especialmente relevante pois materializava a desejável articulação entre o ensino da história e a investigação. Os principais investigadores do centro exerciam igualmente funções docentes. As teses de licenciatura e doutoramento estavam integradas nos planos de investigação desenvolvidos pelo Centro de Estudos Históricos.
Como foi dito, o principal objectivo da revista era apresentar os resultados da investigação feita no centro. Outro dos seus objectivos era estimular uma discussão científica inovadora e actualizada em que a história de Portugal recolhesse os contributos mais recentes da historiografia internacional. Refira-se que, nos anos sessenta, o Centro de Estudos Históricos teve um papel preponderante na renovação da historiografia portuguesa, sobretudo ao nível da história económica e social, em que se destaca o contributo decisivo de Virgínia Rau e Jorge Borges de Macedo. O plano elaborado pelo centro, no que à pesquisa científica dizia respeito, revela essa «nova» concepção de história, e que se encontra sintetizado no texto de «Apresentação» do primeiro volume: "em três pontos fundamentais se tem articulado o plano de investigação deste Centro: a história das estruturas da sociedade portuguesa (desde as culturais às administrativas, oficiais ou particulares), a demografia histórica e a história das relações internacionais de Portugal. Os dois primeiros visam a articulação em termos realmente concretos (e não doutrinário-concretos, como é frequente fazer-se) de uma história da sociedade portuguesa, assentando sobre o prévio estudo das reais condições da sua evolução. O terceiro ponto procura dar às relações internacionais o papel que tiveram na história nacional, quebrando assim o isolamento em que tão frequentemente se realiza a investigação histórica portuguesa e que tantos reparos suscita pela insuficiência de perspectiva que, deste modo, não pode deixar de patentear" ("Apresentação", Do Tempo e da História, vol. I, pp. 3-4).