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Abel Salazar (AS) nasce a 19 de Julho de 1889 na cidade de Guimarães, filho de Adelaide da Luz Silva Lima e de Adolfo Barroso Pereira Salazar. O seu pai frequentou o curso de Medicina em Coimbra, organizou a biblioteca da Sociedade Martins Sarmento e escreveu na Revista de Guimarães, manifestando grande interesse pelas artes e pela res publica; foi professor de francês em escolas industriais em Guimarães e no Porto. O jovem AS frequentou o Seminário-liceu de Guimarães, antes de partir para o Porto no Outono de 1903; essa vivência inicial num burgo português onde a ritualização eclesiástica ia por vezes de par com hipocrisia e dissimulação, despertará em Abel Salazar uma atitude anti-clerical, sensível que era a um sentimento religioso genuíno. Em 1909, ingressa na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, concluindo brilhantemente o curso de Medicina (1915) com a dissertação Ensaio de Psicologia Filosófica. Vivendo em Matosinhos, permanece algo distante dos corifeus do movimento da Renascença Portuguesa, do saudosismo de Teixeira Pascoais e do bergsonismo criacionista do filósofo Leonardo Coimbra. Entre 1916 e 1935 desenvolve actividade docente e de investigação (que lhe granjeia prestígio alémfronteiras, nomeadamente pelo seu método tano-férrico) na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, sendo em 1918 nomeado professor de Histologia e Embriologia. Desde 1932, percebendo os condicionalismos nocivos que o Estado Novo impunha à investigação científica, empenha‐se, como publicista, numa cruzada em prol da mudança das mentalidades, inspirado por um ideal positivista republicano, publicando artigos em jornais e realizando conferências em associações conotadas com a oposição, actividades em que contou com o apoio da Maçonaria, uma das principais adversárias do regime, e da qual se fez membro. O seu posicionamento cívico-político e a intriga de alguns colegas levam à sua expulsão da Universidade (1935); voltará a investigar a partir de 1941 na Faculdade de Farmácia do Porto. Afastado da vida académica tornar-se-á mais evidente a sua vocação de polímata, desenvolvendo ampla actividade como publicista, artista plástico e ensaísta, elaborando um pensamento teórico sobre temas que vão da arte à ciência, do positivismo lógico vienense à filosofia da história. Muitos desses escritos aparecem disseminados por periódicos, em geral ligados a sectores da oposição ao Estado Novo (Seara Nova, Sol Nascente, de que é figura central, O Diabo, etc.). |
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