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Antes de se tornar professor universitário, devemos evidenciar que sempre publicou em revistas que criticavam o poder ditatorial - O Diabo, Sol Nascente, Pensamento, Vértice, Seara Nova e a Revista de Economia - o que denota a estreita ligação entre a sua atividade de escritor e a prática da militância política. Na sua valiosa e vasta produção, aperfeiçoou o pensamento histórico, económico e também epistemológico que pouco desviou de uma leitura marxista. De facto, tanto de um ponto de vista cívico como intelectual, podemos considerá-lo como um marxista ortodoxo, que nunca se afastou da grelha de interpretação do materialismo histórico. Citou Marx inúmeras vezes, apoderou-se da retórica marxista e usou-a ao longo dos seus escritos. Leu O Capital nos anos quarenta quando poucos economistas o tinham lido; baseou-se sempre neste autor, nos seus seguidores e nas suas principais indagações. O seu interesse pela Economia, desenvolvido quando era estudante em Coimbra, teve como primeiros marcos os livros A Investigação Científica ao Serviço da Economia e Alguns Aspectos da Agricultura Nacional, publicados em 1945. Ambos sobre temáticas económicas atuais à época. Porém, rapidamente relacionou a Economia com a História ao publicar o duplo volume Introdução ao Estudo da Economia Portuguesa (Fim do Séc. XVIII a Princípios do Séc. XX) na Biblioteca Cosmos, em 1947. Esta coleção, dirigida por Bento de Jesus Caraça, tinha um nítido fim de vulgarização científica e ofereceu a oportunidade ao jovem Armando Castro de dar a conhecer os seus trabalhos. Durante o mesmo ano, participou na tentativa de viabilização da Sociedade Portuguesa de História da Civilização, como o mostra uma carta de António José Saraiva dirigida a Jorge Borges de Macedo datada de 22 de março de 1947, este último então secretário desta estrutura informal (Processo de Armando Castro, ANTT, PIDE/DGS, SC, Série: SR, N°P: 569/46, NT: 2568, folha 170). Este facto ressalta a sua inserção no pequeno núcleo dos historiadores críticos do poder político e desejosos de propor uma nova leitura sobre a História de Portugal. Depois dos seus trabalhos de 1940, sobre a economia da época contemporânea, Armando Castro sentiu a necessidade de recuar na cronologia para elaborar uma leitura da economia portuguesa na íntegra, ou seja, desde as origens do país até ao presente. |
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