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A vastíssima obra em 11 volumes, A Evolução Económica de Portugal dos Séculos XII a XV, publicada entre 1964 e 1980 e sobretudo baseada na informação recolhida por Henrique da Gama Barros, é sinal deste interesse em descrever exaustivamente a economia feudal. Aliás, em 1965, a Sociedade Portuguesa de Escritores atribuiu o Grande Prémio Nacional de Ensaio ao primeiro volume, reconhecendo o seu valor científico. Em paralelo da publicação desta obra, complementada por um esboço de perspectiva comparada (Portugal na Europa do seu tempo… 1970), o seu interesse focou-se de novo no estudo dos séculos mais recentes com um primeiro trabalho sobre o século XIX (A Revolução Industrial em Portugal no Século XIX, 1972) e depois um outro no âmbito do século XX (Economia Portuguesa do Século XX (1900-1925), 1973). A primeira contribuição mencionada era uma reedição aumentada do volume divulgado pela Biblioteca Cosmos em 1947. De certa forma, só ao olhar o título do volume, o historiador reafirmava a tese que Portugal, tal como os outros países europeus, industrializou-se no século XIX e, neste sentido, discordava da tese de Vitorino Magalhães Godinho defendida em 1971 de que “apesar, pois, de incontestáveis progressos, o século XIX não conseguiu realizar a revolução industrial em Portugal – e ainda não realizara a da máquina a vapor quando já na Europa ao norte dos Pirenéus dealbava a da eletricidade e do petróleo” (V. Magalhães Godinho, Estrutura da Antiga Sociedade Portuguesa, Lisboa, Arcádia, 2ª edição em 1975, p. 145). Contudo, Armando Castro insistiu na importância da cronologia e ressaltou que “até perto de 1875, o desenvolvimento económico foi muito lento […] depois o progresso industrial acentua-se: aparecem máquinas a vapor, começam a surgir fábricas afastadas dos cursos de água, nascem novas indústrias” (A Revolução Industrial em Portugal no Século XIX, 1972, p. 36). Portanto, sem negar a existência do fenómeno industrial em Portugal, destacava um inegável desfasamento português com a Europa setentrional. Ao tornar-se professor catedrático, continuou o seu trabalho de investigador e propôs uma História Económica de Portugal, salientando no prefácio “a necessidade de construção duma história económica sistemática e totalizante” (História Económica de Portugal, vol. 1, 1980, p. 15). Desejoso de abarcar toda a cronologia portuguesa, Armando Castro projetava sintetizar os seus trabalhos sobre a Idade Média e a época contemporânea e aprofundar o período moderno que até então não tinha desenvolvido. |
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