![]() |
|||||||||||||
![]() |
![]() |
![]() |
|||||||||||
![]() |
|||||||||||||
| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
No que a Portugal diz respeito, o seu interesse prendia-se em primeiro lugar com Camões. A introdução à sua tradução em prosa d’ Os Lusíadas (1952) exprime uma enorme admiração pelo vate quinhentista, considerando-o o único poeta que conseguiu celebrar adequadamente a “aventura” épica de exploração e conquista do Oriente pela Europa, a abertura de novos mundos. Tal como o também tradutor William Mickle, via n’ Os Lusíadas uma épica do comércio que define a nova era inaugurada no século XVI. O fascínio por Camões mantém-se presente noutros seus escritos e um capítulo substancial de British Contributions to Portuguese and Brazilian Studies , de 1945, é dedicado às várias traduções para o inglês da sua poesia épica e lírica. Esta obra tem, contudo, um âmbito mais alargado, traçando uma história dos contactos culturais entre Portugal e a Inglaterra e do desabrochar da lusofilia entre os britânicos. Embora o seu foco esteja sobretudo na receção literária e nos relatos de viagem (como o de Beckford), são referidos também alguns historiadores, entre eles Morse Stephens, Charles Boxer e, numa edição revista de 1974, Harold Livermore. A sede na qual Atkinson dedicou mais tinta a Portugal é a sua A History of Spain and Portugal , de 1960. Tal obra é mais uma enunciação, com algum detalhe, da evolução política e social da Península Ibérica (da proto-história à atualidade), do que o resultado de pesquisa original. Ainda assim, revela certa reflexão, focada principalmente no caráter dos povos peninsulares. A abordagem escolhida é em si mesma interessante: correspondendo os capítulos a sucessivos períodos cronológicos, são descritos os eventos e conjunturas dos vários países ibéricos nessas mesmas épocas, em paralelo, com uma lógica que se assemelha à da história comparada e conectada, popularizada décadas mais tarde, acentuando as relações e os aspetos em comum – por exemplo, na Idade Média, a prevalência em todos os reinos peninsulares de forais/ fueros nas povoações, a representação da população vilã nas Cortes, a exploração agrícola em latifúndios a sul e minifúndios a norte. Ou, no século XIX, o clima de caos que sucedeu às Invasões Francesas e a fragilidade do Liberalismo português e espanhol. |
|||||||||||||