A persistente atividade de edição de documentos desenvolvida por este valeu-lhe, de resto, uma sentida e sempre confessada admiração por parte de académicos seus contemporâneos, portugueses e estrangeiros, bem como o respeito de sucessivas gerações de historiadores, por se tratar de um corpo de publicações muito fiável, com a vantagem acrescida de poder servir como base para estudos de caráter muito diverso, como bem notaram a esse respeito personalidades tão insuspeitas como Gama Barros, Leite de Vasconcelos, António Baião ou Lindley Cintra.

Foi, pois, como historiador, diplomatista e paleógrafo que Pedro de Azevedo mais se notabilizou. No entanto, não devem ser menosprezadas as pesquisas que desenvolveu nos campos da filologia, da etnografia, da heráldica, da onomástica, da iconografia, da numismática, ou mesmo da geografia, embora quase sempre se tenham mostrado tópicos subsidiários para aquele que foi o tronco principal da sua obra: a investigação histórica.

Na verdade, a articulação dos estudos históricos com estas disciplinas não constitui uma singularidade de Pedro de Azevedo. Tratava-se de uma prática comum entre os principais autores da época, ligados à historiografia erudita. Mas, no seu caso específico, o trabalho meticuloso, sistemático e de grande escrúpulo, a que submeteu a documentação revelou-se extremamente profícuo e de grande utilidade: deu a conhecer numerosos documentos inéditos, executou rigorosas transcrições de fontes, esteve na base de importantes edições críticas de coleções documentais e permitiu a reorganização de importantes fundos bibliográficos e arquivísticos. Um conjunto de ações que remetem para a sua formação académica, mas que são, sobretudo, o efeito de dois fatores, em feliz e estreita correlação: um continuado treino paleográfico, exercitado sobre muitas letras e diferentes mãos de escribas das mais variadas épocas; a que se somou um profundo conhecimento dos arquivos e de fundos documentais, resultante da experiência acumulada em cargos e funções ligadas com a arquivologia e a biblioteconomia, desempenhados nas duas instituições públicas de referência da rede de arquivos e bibliotecas nacionais: os Arquivos da Torre do Tombo e a Biblioteca Nacional de Lisboa.

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