Pedro Augusto de São Bartolomeu de Azevedo ou, mais simplesmente, Pedro de Azevedo, como ficou conhecido nos meios historiográficos e académicos, nasceu em Santarém, a 24 de Agosto de 1869, e faleceu em Lisboa, no dia 3 de Fevereiro de 1928, aos 58 anos de idade.

Filho de um discreto professor de ensino secundário, de nome Ventura Faria de Azevedo, Pedro de Azevedo terá recebido provavelmente do pai o interesse pelas letras que modelou toda a sua vida. Fruto dessa vocação precoce, e uma vez concluída a formação secundária, ingressou, em 1887, no Curso Superior de Bibliotecário Arquivista, recém-criado pela Inspeção Geral das Bibliotecas e Arquivos Públicos e agregado à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, de que foi o primeiro diplomado oficial. No decurso dessa instrução teve oportunidade de contactar com as disciplinas de história pátria, filologia comparada, literatura latina e grega, literatura moderna da Europa, diplomática, numismática e bibliologia, lote de matérias que nele se enraizaram fortemente e que, constituíram, juntamente com a paleografia, o corpo principal dos seus numerosos trabalhos e estudos. Uma produção contínua, que remonta pelo menos a 1897, quando editou a obra Alguns selos antigos do concelho de Santarém, publicada pela Imprensa Nacional Casa da Moeda.

Do ponto de vista historiográfico, Pedro de Azevedo pode ser definido como um descendente em linha reta da tradição romântica e erudita do século XIX, corporizada em Portugal por Alexandre Herculano. Um legado onde também se devem enquadrar os irmãos Basto, nomeadamente o paleógrafo e diplomatista João Basto. O impacto da corrente historiográfica oitocentista, de feição romântica, na obra produzida por Pedro de Azevedo é visível a vários níveis: a começar pelo protagonismo que concedeu à época medieval nos seus estudos, a maior parte dos quais se situaram entre os séculos XIII e XVI; passando pela ênfase dada à qualidade da reflexão no tratamento das matérias históricas; continuando na abordagem eclética que subscreveu da História. Mas ela transparece, sobretudo, no trabalho crítico e sistemático que desenvolveu sobre as fontes documentais, no que constitui sem dúvida o seu contributo mais válido para o campo da História erudita, um ramo historiográfico especialmente desenvolvido a partir dos finais do século XIX, que articulava o primado da investigação documental com o apuramento dos métodos críticos. A esse propósito, lembrem-se os nomes de Gabriel Pereira, Sousa Viterbo e Braancamp Freire, entre outros, que ilustram o universo intelectual de Pedro de Azevedo.

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