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O regresso ao Brasil assinalava uma nova viragem, centrada no dinamismo cultural da colónia portuguesa residente além-Atlântico, e no reforço dos caracteres identitários entre os dois países, uma aspiração constante desde a primeira década do séc. XX, enfatizada pelo ambiente intelectual em evidência no pós I Guerra Mundial, propício à exaltação dos factores cultural, linguístico e histórico enquanto elemento aglutinante primário para a constituição de grandes comunidades políticas e institucionais. Neste caso, a comunhão de interesses e valores implicava a adopção de um modelo confederativo às realidades portuguesa e brasileira, uma proposta de Bettencourt Rodrigues acolhida com entusiamo moderado por Malheiro Dias: “não obstante, de qualquer modo que venha a produzir-se no futuro o entendimento preconizado em Portugal pelos srs drs Bettencourt Rodrigues e Coelho de Carvalho, e no Brasil pelos srs dr. Alberto Seabra e Medeiros Albuquerque, na rota dos interesses atlânticos traçada pela vidência do poeta João de Barros e audazmente percorrida pelo avião de dois heróis, esse acontecimento só encontrará condições de viabilidade quando recobrarmos a plenitude do nosso prestígio; tivermos valorizado os nossos recursos próprios; aplacarmos as nossas mesquinhas discórdias intestinas e atinjamos de novo a coesão” (“Relações Luso-Brasileiras. Quimeras e Realidades”, Lusitânia, 1924). O sucesso do esforço conjunto entre Portugal e o Brasil dependia de um movimento prévio e unívoco do primeiro favorável ao desenvolvimento (i)material do território nacional. |
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