A actividade como professor em Sá da Bandeira permitiu-lhe criar uma base a partir da qual organizou uma série de viagens em África, no decorrer das quais teve a oportunidade de desenvolver o trabalho de observação, de recolha de materiais e de registo das tradições orais e literárias das populações com quem contactou. Essa investigação acabou por traduzir-se, logo no ano seguinte, na publicação dos seus primeiros artigos sobre África: «Caçada aos elefantes» no Portugal em África. Revista de cultura missionária (1950) e o «Relatório da excursão de estudo realizada de 23 a 30 de Setembro de 1949» na Revista de Ensino de Luanda (1950). Nesse ano regressaria também a Portugal, ocupando novamente o seu lugar no Liceu de Faro.

Em 1953 voltou a Lisboa, passando a residir em Paço de Arcos e recuperando os contactos que tinha dinamizado durante o período da Faculdade, ao mesmo tempo que ocupou o lugar de professor efectivo no Liceu de Oeiras, onde permaneceria até 1970. No ano seguinte, em 1954, foi convidado pelo seu colega Orlando Ribeiro para colaborar no Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, que havia sido criado no ano anterior e em 1955, por proposta do mesmo amigo, foi-lhe concedida uma bolsa do Instituto de Alta Cultura com vista à ordenação e publicação dos manuscritos de Leite de Vasconcelos, um trabalho que havia já iniciado antes do falecimento do seu mestre e que completaria também com a publicação de uma série de notas biográficas (são da sua autoria as entradas «José Leite de Vasconcelos» no Dicionário de História de Portugal dirigido por Joel Serrão e na Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura).

Em 1955 publicou os Contos Populares Portugueses, fruto de um trabalho de recolha etnográfica que dinamizaria ao longo dos anos seguintes e que resultaria na compilação, organização e publicação, em 1956, do quarto volume da Etnografia Portuguesa (colecção iniciada por Leite de Vasconcelos) e na edição, em 1957, das Adivinhas Portuguesas. Nesse ano ocuparia também o lugar de assistente de Jorge Dias (1907-1973) na Missão de Estudos das Minorias Étnicas do Ultramar, tendo, nesse âmbito, tido a oportunidade de desenvolver as suas pesquisas e a recolha dos dados que lhe permitiria, ao longo da década de 60, promover e coordenar a realização de importantes jornadas de estudo sobre etnografia africana e estruturar e consolidar alguns dos estudos fundamentais sobre a problemática, designadamente naquilo que dizia respeito aos casos específicos de Angola e de Moçambique (como o Conto maconde de tema universal, em 1962, os Rudimentos de língua maconde, em 1963 ou Os Macondes de Moçambique. Sabedoria, Língua, Literatura e Jogos, em 1966).

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