Aquele trabalho constituiu uma importante influência na criação, em 1976, da disciplina de Literatura Oral Tradicional na Faculdade de Letras, e a base fundamental para a publicação, no mesmo ano, do Guia de Recolha de Literatura Popular e, em 1978, da obra Para a História da Literatura Popular Portuguesa, fundamentada no entendimento dessa literatura como aquela que «corre entre o povo, toda a peça literária que por ele passe, com muita ou pouca demora, recente ou antiga […] a anónima e a que tem nome, transmitida oralmente ou por escrito. [Que] não carece, repitamos, do selo do tempo, da chancela tradicional, mas de que tenha sido ou seja autêntica, viva, funcional.» (Para a História da Literatura Portuguesa, 1978, 8).

No início da década de 80, juntamente com Maria de Lourdes Belchior e Lindley Cintra, recuperou o trabalho desenvolvido por Leite de Vasconcelos entre 1887 e 1943 e criou a Nova Série da Revista Lusitana, estruturada em torno das temáticas da filologia e etnologia portuguesas.

Em 1982, quando contava setenta anos de idade, solicitou a aposentação, mantendo-se, no entanto, como uma presença assídua na Faculdade de Letras e continuando os seus trabalhos de investigação. A reforma não representou, portanto, um afastamento da docência.

Em 1984 deslocou-se ao Brasil, a convite da Universidade Federal da Baía, no sentido de leccionar um curso sobre Literatura Popular Portuguesa e em 1985 viajou até Cabo Verde onde ministrou um curso sobre Antropologia Cultural. No ano seguinte foi responsável pela organização do primeiro Colóquio Luso - Francês sobre «Literatura Popular – Tradicional – Oral», realizado no Centro Cultural Português em Paris e em 1987 prolongou essa dinâmica com a organização, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, de um Colóquio sobre «Literatura Popular Portuguesa e Teoria da Literatura Oral – Tradicional – Popular».

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