1.º Visconde de Paiva Manso, era filho primogénito de Abel Maria Jordão de Paiva Manso (1.º barão desse título) e de D. Catarina Angélica Dias Mendes. Casou com D. Maria Henriqueta de Araújo, sendo que aquele título não seria renovado pela sua descendência. Cursou Direito em Coimbra e terminou o seu doutoramento no ano de 1853, tendo recebido vários prémios ao longo da sua formação universitária. Foi vereador da Câmara Municipal de Lisboa (1856-1859), deputado, auditor adjunto do Ministério da Marinha (1859), professor do Curso Superior de Letras (a partir de 1862), ajudante do Procurador-Geral da Coroa (1866) e membro do Conselho de Sua Majestade.

Frequentava o terceiro ano de Direito quando, com dezanove anos, publicou o seu primeiro estudo histórico – Ensaio sobre a História do Direito Romano (1850), cujo primeiro volume seria seguido de dois outros, editados nos anos seguintes. A valorização substancial da dimensão histórica na formação académica dos juristas durante aquele período tendia a prolongar-se aliás no contexto dos debates doutrinários e da jurisprudência, desempenhando igualmente um papel essencial no seio da própria hermenêutica jurídica. LMJ consolidaria precisamente daí em diante essa simbiose entre os campos da historiografia e do direito, potenciando o seu conhecimento jurídico como esquema argumentativo, expositivo e doutrinário capaz de ampliar a dimensão e complexidade dos seus estudos históricos.

Na sua dissertação para o acto de conclusões magnas centrou-se na problemática mais específica do Fundamento do Direito de Punir (1853), designadamente naquilo que dizia respeito às questões essenciais da legitimidade e da eficiência das penas no interior do sistema criminal. Integrando-se plenamente naquele que era um debate europeu à época, LMJ aproximou-se de uma postura optimista correccionalista, no sentido em que definia a pena como um instrumento de recuperação jurídica, social e moral do criminoso, sustentando que era no direito de punir que residia a função primacial do Estado, apostado na manutenção da ordem social ameaçada pelo crime e pela desagregação que o mesmo potenciava.

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