Eduardo Lourenço fez estudos secundários no Colégio Militar na peugada de seu pai, que era Capitão da Infantaria. Licenciou-se em Histórico-Filosóficas na Universidade de Coimbra, tendo ali ficado cinco anos como Assistente de Joaquim de Carvalho. Foi Leitor de Cultura Portuguesa nas universidades de Hamburgo, Heidelberg e Montpellier, a que se seguiu um ano de leccionação na Universidade Federal da Bahia. Viveu em França (Vence) a partir de 1965, tendo leccionado primeiro na Universidade de Grenoble e depois na de Nice, como maître de conferences. Depois da aposentação foi Conselheiro Cultural na Embaixada de Portugal em Roma e Administrador (não executivo) na Fundação Gulbenkian. Desde 2013 reside em Lisboa.

Entre os muitos prémios recebidos estão o Prémio Camões, o Prémio Pessoa e o Prix Européen de l’Essai Charles Veillon. Entre os vários doutoramentos Honoris Causa contam-se os das universidades de Bolonha, Coimbra e Rio de Janeiro. Tem recebido as mais altas condecorações portuguesas e, entre as estrangeiras, salient-se a Ordem Nacional da Legião de Honra. Foi eleito sócio honorário da Academia das Ciências de Lisboa e sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras. O seu primeiro livro de importância para os historiadores foi publicado em 1978: O Labirinto da Saudade. Psicanálise Mítica do Destino Português (Lisboa: Publicacões Dom Quixote).

Eduardo Lourenço nunca se considerou historiador; todavia, fora do conjunto de historiadores profissionais, nenhum intelectual português da segunda metade do século XX revela uma tão estruturada e coerente visão da história de Portugal como é a sua. Ensaísta acima de tudo, o caso mais próximo do seu terá sido o de António Sérgio, na geração anterior (de quem Lourenço explicitamente se demarca - vide “Sérgio como mito cultural”, em O Labirinto da Saudade), também ensaísta e detentor de uma perspectiva consistente sobre Portugal, tendo elaborado uma leitura da história portuguesa solidamente arquitectada e fundamentada. Sérgio, porém, é mais parcelar nos seus temas, que focam questões históricas específicas, e lida mais com dados empíricos. Lourenço, em contrapartida, desenha uma visão larga, de floresta, de preferência a uma análise minuciosa de árvores. Ele integra na sua visão da história a totalidade da vida de um povo na sua dimensão cultural.

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