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LOURENÇO (de Faria), Eduardo | |||||||||||||
Importa continuar a citação porque é elucidativa: “Mitificado como ibero, celta, ou matizado por acidentais colorações fenícias, gregas, antes que Roma lhe imponha a marca das suas instituições e a decisiva da sua língua, só esse fundo silencioso explica que na ponta extrema da Península Ibérica e aquém da manta de retalhos que todas as culturas são, a cultura portuguesa tenha adquirido e conservado uma figura própria entre as suas congéneres celtas, latinas e mediterrânicas” (p. 37). Mais adiante, Lourenço prossegue: “Da nossa mitologia cultural – mas igualmente da opinião daqueles que a estudaram – faz parte a ideia de que a pulsão central, e mesmo obsessiva, da cultura portuguesa é a sua vocação lírica. […] [O] que se quer significar com aquela insistência na vocação lírica da cultura portuguesa é a sua hegemonia histórica, não só sobre as outras formas da nossa poesia, como a impregnação de todas as outras expressões e maneiras de ser da sensibilidade portuguesa por essa voz, a mais próxima do que o homem é como sujeito extasiado diante da beleza do mundo ou nostálgico dela” (p. 38). |
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