A maior projecção internacional neste domínio, contudo, conquistou no Congresso Internacional de Antropologia de Amesterdão em 1927, estabelecendo um paralelismo entre as inscrições alfabéticas arcaicas dos achados em Alvão (Trás-os-Montes) com as similares controversas de Glozel (França), contestando a origem exclusiva do alfabeto fenício na Europa perante outros sistemas de escrita primitivos de tipo numérico, exortando mesmo a existência de uma dinâmica civilização lítica ocidental.

Já nos aditamentos historiográficos, onde a influência da primazia da investigação antropológica o levava a incorrer pelas directrizes positivistas e deterministas, a História era conceptualizada como uma ciência não cíclica em função da pluralidade de factores que influíam sobre a realidade humana, pelo que os factos históricos deveriam ser analisados com alto sentido crítico pelo historiador, recorrendo aos contributos das ciências subsidiárias para complementar a sua autenticidade. Sobrevalorizada foi igualmente a importância da História nacional na formação cívica e política do povo português, quer pelos seus ensinamentos enquanto «arquivo precioso de lições e, sobretudo, estímulos», quer pela sua dimensão nacionalista e patriótica no seu ensino como «a mais forte garantia da nossa independência» (Antropologia e História, 1954).

Assim na senda prioritária da procura das raízes antropológicas dos portugueses entrou em polémica intelectual com Damião Peres acerca das origens da nacionalidade (com quem colaborara na sua História de Portugal durante a passagem pela Faculdade de Letras do Porto), ao admitir os Lusitanos como elemento etnogénico primordial na formação do povo português, contestando a tese do nacionalismo como construção política do primeiro em favor da valência determinista geográfica e étnica, que consolidava a ideia da antiguidade e especificidade portuguesa face aos demais povos europeus.

Da extensíssima lista de congressos, palestras, condecorações, louvores e títulos honoríficos, tanto portugueses como estrangeiros provindos de países da Europa, América do Sul e África, Mendes Corrêa era igualmente sócio efectivo, correspondente e/ou honorário de mais de trinta agremiações culturais e científicas, incluindo a presidência da Sociedade de Geografia de Lisboa, académico titular da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa da História ou sócio honorário da Sociedade Espanhola de Antropologia, Etnologia e Pré-História e sócio efectivo da Pontificia Academia Scientiarum.

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