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Tal debate girava em torno do problema de como definir o regime das capitanias hereditárias, em especial, no período inicial da ocupação do território. A maioria dos autores do século XIX que trataram do tema optou por destacar os aspectos feudais, tal interpretação iria ser questionada no século XX. O debate, que se estendeu por boa parte do século, envolveu historiadores e não-historiadores das mais diversas orientações teóricas e políticas, mas foi, contudo, eminentemente teórico e foi estudado por António Vasconcelos de Saldanha (2001). Esquematicamente podemos dizer que, em torno de uma documentação limitada e, em grande medida, publicada, os vários autores procuravam definir a característica do período, enquadrando-o dentro dos conceitos, nem sempre claramente definidos, de feudalismo ou de capitalismo, ou até mesmo na combinação de características dos dois regimes. Marchant tomaria parte no debate com o artigo “Feudal and Capitalistic Elements...” (The Hispanic American..., 1942), no qual analisa as linhas interpretativas, sem deixar de tomar posição, refutando a tese do caráter feudal e procurando avançar na interpretação que apontava os elementos capitalistas da colonização. Para ele, a questão fundamental era a combinação do comércio com a colonização, em que o investimento visava o lucro e, portanto, poderia ser caracterizado como capitalista. Assim, Marchant concluía que os donatários “were clearly capitalistic in the sense of investing money for profit”. Tal debate, contudo, foi definido por Francis Dutra como uma “sterile controversy” (A guide to the History of Brazil..., 1980, p. 89). Neste sentido, o grande mérito de Alexander Marchant foi ter dado um passo adiante no conhecimento do período na sua mais importante obra. |
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