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Em linhas gerais, a incapacidade de manter o arranjo do escambo fez com que os colonos procurassem escravizar os indígenas, provocando conflitos que colocaram em xeque o processo baseado exclusivamente em capitanias hereditárias, o que obrigaria a intervenção da Coroa com a criação do Governo Geral em 1548 para evitar a destruição completa dos primeiros núcleos coloniais. Nas últimas décadas do século XVI, contudo, a correlação de forças no litoral se inverteu e os portugueses passaram à ofensiva, consolidando o domínio do território, escravizando os índios derrotados e, dessa forma, permitindo o grande crescimento da economia açucareira. From Barter to Slavery..., de Alexander Marchant, foi a primeira obra a estudar sistematicamente a questão central da relação dos portugueses com os indígenas do ponto de vista econômico, valendo-se largamente da documentação então disponível. Sérgio Buarque de Holanda definiria a obra como “excelente e bem documentada monografia” (Manual Bibliográfico..., 1950, p. 405) e Léon Helguera, por sua vez, definiria, corretamente, o trabalho como “seminal” (The Americas, 1982, p. 403).Mais recentemente, tanto Stuart Schwartz (2003, pp. 21 e seg.), como John Monteiro (1994, pp. 32 e 231) questionaram a interpretação de Marchant sobre o problema do escambo. Nas palavras de Monteiro, apoiado em Schwartz, “Marchant colocou os índios num contexto teórico equivocado, pressupondo um comportamento ocidental por parte dos nativos, dos aparentemente irracionais índios brasileiros, diante das condições objetivas dos mercado”, desconsiderando ainda os efeitos e o impacto profundo que as ferramentas e as armas teriam para as sociedades indígenas. De toda forma From Barter to Slavery... ainda é fundamental para o estudo do período e, pode-se dizer, é de fato um clássico da historiografia do Brasil Colonial. |
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