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No seu mais conhecido trabalho, From Barter to Slavery...,Marchant, avançando para além do debate teórico, procurou analisar, a partir das fontes disponíveis, o efetivo processo de colonização, estudando em particular a questão central do período: as relações entre os portugueses e os indígenas, em especial as formas de exploração da mão de obra indígena. Do ponto de vista cronológico, a primeira forma de exploração da mão de obra foi através da troca ou escambo com os índios de produtos europeus, notadamente ferramentas. Desse modo os portugueses obtiveram trabalho, alimentos e outros gêneros, inclusive escravos. A exploração do pau-brasil, por exemplo, viabilizou-se graças a tal arranjo, que também seria fundamental nos primeiros tempos da colônia. A ampliação da presença portuguesa, após a criação das capitanias, com a crescente necessidade de trabalho, não apenas circunstancial, mas cotidiano, fez com que os índios passassem a exigir produtos de maior valor, inclusive armas, ou que simplesmente se recusassem a servir aos recém-chegados, o que acabou inviabilizando tal arranjo. O esgotamento das possibilidades de troca de trabalho por mercadorias variou de capitania para capitania, de acordo com o ritmo do desenvolvimento das atividades produtivas, notadamente da agromanufatura açucareira. As formas voluntárias foram substituídas cada vez mais por formas compulsórias de trabalho, incluindo a escravidão, o que, por sua vez, provocou uma resistência crescente da população indígena, levando a um conflito aberto e generalizado nas diversas capitanias na década de 1540, que culminou com a destruição de engenhos, fazendas e, inclusive, das capitanias da Bahia e de São Tomé (atual norte do estado do Rio de Janeiro). |
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