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Maria Helena Monteiro da Rocha Pereira nasceu no Porto, a 3 de setembro de 1925, no seio de uma família de classe média alta. Filha de um Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Alfredo da Rocha Pereira, Maria Helena da Rocha Pereira teve na figura do pai um exemplo tutelar que muito influenciaria a futura especialista em Filologia Clássica. Essa influência é visível, por exemplo, no gosto que viria a cultivar por figuras ligadas à história da Medicina, como Pedro Hispano, autor do século XIII de quem possuímos um importante legado constituído por obras médicas e que viria a ser o primeiro e, até hoje, único Papa português: João XXI. No Porto, M. H. da Rocha Pereira estudou no Liceu D. Carolina Michaëlis, que se situava nas imediações da casa da família e não muito longe do local onde viria a falecer 91 anos mais tarde (a 10 de abril de 2017), depois de uma vida inteira dedicada ao estudo. Ao longo da sua vida, nunca o afeto que tinha pela cidade do Porto esmoreceu, dedicando‑lhe, e a algumas das figuras a ela ligadas, alguns estudos, como e.g. As imagens e os sons na lírica de Guerra Junqueiro e O Porto na obra de Ramalho Ortigão, ambos de 1950 — tinha a sua autora apenas 25 anos. Em 1942, matriculou-se no curso de Filologia Clássica, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde não só aprofundou o seu conhecimento do Grego e do Latim, como se iniciou no estudo do Hebraico Clássico. O seu conhecimento exímio das línguas antigas somava-se ao domínio exemplar que tinha de outras línguas modernas, nomeadamente o alemão, o castelhano, o francês, o inglês e o italiano. Em Coimbra se licenciou em 1947, tendo sido discípula de Professores como Francisco Rebelo Gonçalves e Carlos Simões Ventura. Já licenciada, regressou ao Porto e ingressou no Centro de Estudos Humanísticos, ligado à Universidade da Cidade Invicta. Nessa condição, ali proferiu, ao longo do ano de 1948, uma série de “Lições de Literatura Latina”, que viriam a ser posteriormente publicadas. Até 1950, M. H. da Rocha Pereira desenvolve atividade letiva na cidade do Porto e, nesse mesmo ano, ganha uma bolsa do Instituto de Alta Cultura que lhe permite ir para o Reino Unido e ali matricular-se na Universidade de Oxford. Juntamente com a cidade do Porto e Coimbra, Oxford completaria o conjunto de três cidades por que M. H. da Rocha Pereira nunca perderia o encanto. Com efeito, entre 1950 e 1959, em três estadias distintas, Oxford viria a proporcionar à filóloga e especialista em História Cultural o convívio com e o usufruto do magistério de eminentes classicistas, como E. R. Dodds, J. Beazley, E. Fraenkel, W. S. Barrett e R. Pfeiffer. M. H. da Rocha Pereira nunca deixaria de os mencionar como seus Mestres. |
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