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Do seu contributo para a História Cultural fazem ainda parte os dois volumes imprescindíveis para qualquer estudante de iniciação à Cultura Clássica, Estudos de História da Cultura Clássica, volume I – Cultura Grega e volume II – Cultura Romana. Também estes dois volumes, publicados pela Fundação Calouste Gulbenkian e com várias edições (as últimas de 2017 – a 12ª edição do vol. I – e de 2013 – a 5ª edição do vol. II; de notar que, enquanto em vida da autora, cada nova edição era submetida a uma rigorosa revisão dos temas, havendo sempre a preocupação de incluir bibliografia atualizada e corrigir ou adaptar questões científicas às mais recentes interpretações – o exemplo da problemática dos Etruscos no volume dedicado a Roma é disso bom exemplo), começaram por ser livros de apoio para os seus estudantes em Coimbra e acabaram por se tornar manuais de base para os estudantes de Cultura Clássica de toda a lusofonia. No primeiro volume, ao longo de mais de setecentas páginas, a autora coloca perante os leitores, com rigor e meridiana clareza, os problemas mais complexos da antiguidade grega, desde a Questão Homérica (um dos seus temas de eleição, que com deleite revisitava e atualizava em cada nova edição) até à afirmação dos estudos científicos e literários na Época Helenística, com capítulos sublimes dedicados à literatura, arte, filosofia, religião ou à própria dinâmica histórica da transmissão cultural. No segundo volume, ao longo de quase seiscentas páginas, a autora evoca, com idênticas metodologia e acuidade, marcos fundamentais da cultura e literatura romanas, desde as lendas da fundação até à figura tutelar de Augusto, dedicando ainda uma longa secção às ideias morais e políticas dos Romanos, essenciais para se entender o seu legado civilizacional. Parte significativa da produção científica de M. H. da Rocha Pereira pode ser dividida em dois grandes grupos: um dedicado à História, Cultura e Literatura – em suma à História Cultural – do mundo clássico e outro dedicado à receção da Antiguidade Clássica, sobretudo na cultura portuguesa. De entre o primeiro grupo, além dos trabalhos já mencionados, destacamos os estudos que dedicou à religião e ao mito na Grécia Antiga, como Concepções helénicas de felicidade no Além, de Homero a Platão, 1956, e No rasto das Amazonas, 1998; à poesia grega arcaica, como Sobre a autenticidade do fragmento 44 Diehl de Anacreonte, 1962; à arte clássica, como Para a compreensão da arte grega, 1985, O palácio, do mundo minóico ao helénico: mito e realidade, 1993-94, O Zeus de Olímpia, 2009; à história e literatura da Roma Antiga, como Entre a História e a Lenda: a figura de Viriato, 2004, e Virgílio, poeta da paz e da missão de Roma, 1992. De entre o segundo grupo, são assinaláveis publicações como Temas Clássicos na Poesia Portuguesa, 1972, Novos Ensaios sobre Temas Clássicos na Poesia Portuguesa, 1988, e Portugal e a herança clássica e outros, 2003. Há, porém, que não esquecer os estudos que M. H. da Rocha Pereira dedicou ainda à cultura medieval e moderna, como Vida de S. Teotónio, 1988, Nomes de ninfas em Camões, 1980,e Vida e Milagres de São Rosendo e Vida de Santa Senhorinha, 1970. |
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