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O método desta classicista caracteriza-se acima de tudo pela análise minuciosa e atenta das fontes literárias e arqueológicas que eram objeto de estudo, com o recurso à melhor e mais atualizada bibliografia existente à data da publicação e ainda com a discussão criteriosa das várias teorias e hipóteses interpretativas. Estas características tornam a leitura dos trabalhos de M. H. da Rocha Pereira num guia seguro para o conhecimento do estado da arte e das novas tendências de cada assunto que abordava. A produção bibliográfica de M. H. da Rocha Pereira define-se ainda pela sua evidente internacionalização. O contributo de Rocha Pereira para a História Cultural é inegável. Desde logo, pelo seu trabalho como filóloga. Uma das obras que lhe devemos é a edição crítica de Pausanias. Graeciae Descriptio, publicada na prestigiada Bibliotheca Scriptorum Graecorum et Romanorum Teubneriana, respetivamente nos anos de 1973, 1977 e 1981. Pausânias é um importante autor grego do século II d.C., de quem temos um relato descritivo e pormenorizado da Grécia continental do seu tempo. Nele, incluem-se referências e descrições de cidades, edifícios, obras de arte (muitas hoje perdidas), alusões a mitos, a tradições religiosas, a acontecimentos políticos e a personalidades. Pausânias é assim um manancial para o nosso conhecimento da Grécia Antiga e devemos uma das principais lições da sua obra a M. H. da Rocha Pereira. Este trabalho é justamente considerado por muitos como o mais importante da sua carreira e que a consagraria em termos internacionais. Mas a importância desta autora para o estudo da História Cultural vai mais além. São dela, também, muitas traduções de vários autores greco-latinos que, a título de material de apoio para os seus estudantes de História da Cultura Clássica na Universidade de Coimbra, reuniu em duas antologias, intituladas Hélade: antologia da Cultura Grega (cuja última edição foi feita pela Guimarães Editores, publicada em 2009) e Romana: antologia da Cultura Latina (com última edição pela Guimarães Editores, em 2010), que se foram ampliando ao longo dos anos de magistério. Nestas duas obras, encontramos autores nunca antes traduzidos em português e outros em novas e cuidadas versões, e.g. Homero, Hesíodo, Teógnis, Safo, Simónides, Heródoto, Tucídides, Hipócrates, Plutarco, Cícero, Ovídio, Virgílio, Tito Lívio. Estas traduções são apenas uma parte do que M. H. da Rocha Pereira dedicou a esse minucioso trabalho filológico, pois dela são também outras traduções, de obras completas, como A República de Platão (que atualmente conta com 15 edições, sendo a última da Fundação Calouste Gulbenkian, 2017) ou tragédias de Sófocles, Antígona e Ájax, e de Eurípides, Medeia,Troianas e Bacantes (reunidas e reeditadas num dos volumes das suas Obras Completas, o terceiro,publicadas pela Imprensa da Universidade de Coimbra e pela Fundação Calouste Gulbenkian, a partir de 2013). |
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