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Também a reflexão sobre a disciplina da História, a sua prática e a sua escrita mereceram a atenção de Mattoso, num conjunto de textos cuja maioria está reunida na colectânea intitulada A Escrita da História (1ª ed., Editorial Estampa, 1988). Neste campo, José Mattoso sempre recusou a inclusão numa corrente determinada de pensamento, preferindo “encontrar em sistemas interpretativos antagónicos, ou que os teóricos consideram inconciliáveis, reflexões igualmente válidas e não tão exclusivas umas das outras como eles dizem” (Prefácio ao livro A Escrita da História, ed. de 2002, p. 7). A confessada “aversão pessoal por questões teóricas e por noções abstractas” (A Escrita…, p. 11) não impediu o Autor de procurar a sistematização das suas conclusões, nem o levaram a atenuar o rigor da cientificidade necessário à disciplina. Daí a expressa rejeição do alinhamento com as concepções pós-modernas, marcadas pela tendência para a atomização do conhecimento, pela indiferença ao factual histórico e pela “sua voluntária arbitrariedade” (Ibidem, p. 22). O esforço de reflexão sobre a história, as suas problemáticas e os seus resultados assumiu contornos mais concretos nos vários balanços acerca da produção historiográfica relativa à Idade Média, em Portugal. Por diversas vezes publicou pontos de situação que assinalavam os progressos realizados, os temas em aberto, as perspectivas de investigação e de síntese sobre a história medieval portuguesa, sem deixar de rever as suas próprias posições acerca da estrutura da família nobre em Portugal, em face dos estudos posteriores e das críticas de alguns dos seus discípulos. A expressão mais recente deste cuidado de reflexão e balanço é o livro colectivo The Historiography of Medieval Portugal (c. 1950-2010), dirigido por Mattoso e em cuja Introdução traça um quadro global sobre os estudos medievais relativos a Portugal, entre meados do século XX e a primeira década do XXI. |
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