| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
Entre 1964 e 1969, a sua actividade, combinando investigação e trabalho pedagógico na nova área confiada à sua responsabilidade, centrou-se na publicação do Álbum de Paleografia Portuguesa, edição do Centro de História da Universidade de Lisboa, com o patrocínio do Instituto de Alta Cultura. Reproduzindo quase duas centenas de documentos, essencialmente dos séculos XIV a XVII, o Álbum caracterizava-se por atributos distintos: documentos sempre reproduzidos à escala e com elevadíssima qualidade técnica por si supervisionada de perto (e que ainda hoje merece admiração), sumários diplomáticos exemplares, diversidade de tipos diplomáticos (dominando os notariais e a documentação de chancelaria), transcrições sem falha e, último mas não menos importante, quebra do ciclo vicioso da vinculação da Paleografia à Idade Média, época que, como costumava dizer, nem sequer era a mais necessitada de bons paleógrafos. Só o acantonamento mental reinante, ontem como hoje, explica que o Álbum não seja a base de aprendizagem generalizada da paleografia portuguesa, pela qualidade à parte. Na Introdução ao Álbum, enquadramento exemplar do trabalho, lida e relida pelos seus discípulos, directos e indirectos, refere os nomes dos alunos que, com a sua exigência, mais o motivaram – grupo grande, a desmentir a ligeireza crítica de alguns que, confundindo com irrelevância a reserva própria de quem é incapaz de fazer cedências à popularidade, o acusaram de monotonia no ensino. Confirmando o velho adágio de que contra factos não há argumentos, aí estão a sua obra, sempre citada, sempre relevante, os discípulos que deixou e a escola que fez, a desmentirem quem nunca o leu e não soube colher os seus ensinamentos de exigência e perfeccionismo, sem cedências às pressões do momento – e que impunha em primeiro lugar a si mesmo. |
|||||||||||||