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Ainda que seja possível encontrar marcas de sua posição política projetadas na caracterização de seus biografados, o historiador Octávio Tarquínio procuraria evitar excessos laudatórios a tais personagens, tão comuns à época. Profundamente influenciado pelos grandes biógrafos da primeira metade do século XX, em especial o britânico Gilles Lytton Strachey (1880-1932), o germânico Emil Ludwig (1881-1948) e o francês André Maurois (1885-1967), Octávio Tarquínio buscava na vida e obra de seus personagens fios condutores de processos históricos mais amplos, e em suas características psicológicas elementos potencializadores da realização de tais processos. Por meio de seu estilo de escrita procurava também se distanciar do que considerava ênfases romanceadas de muitas das biografias de então, aproximando-se, em definitivo, de padrões de objetividade pretendidos por um texto historiográfico. Nesse sentido, mostrava-se tributário também das reflexões do filósofo germânico Wilhelm Dilthey (1833-1911) acerca das relações entre história e indivíduo – embora, como tenha bem demonstrado a única estudiosa em profundidade até o momento da obra de Tarquínio, a historiadora brasileira Márcia de Almeida Gonçalves, tal tributo seja, muitas vezes, sutil. Desde então, a concepção de biografia de Octávio Tarquínio residiria na de uma forma privilegiada de escrita de uma história política em sentido mais amplo, como história de uma época que, de algum modo, estaria condensada na figura de um indivíduo (por isso mesmo) destacado. |
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