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António Viana nasceu a 15 de Março de 1858 na Rua do Patrocínio, número 78, em Lisboa (que cem anos depois apresenta o número 94) e morreu na mesma cidade a 28 de Abril de 1931, pouco depois de completar setenta e três anos de idade.
O autor do seu elogio académico, o historiador e director da Torre do Tombo, António Baião (1878-1961), di-lo nascido em «berço dourado e [proveniente de] bons costados» (António Baião, Discurso acerca do centenário..., 1958, p. 3), o que os dados históricos comprovam.
Filho do comendador João António Viana, fidalgo da Casal Real e de Camila Adelaide da Silva Carvalho, era neto materno do célebre José da Silva Carvalho (1782-1856), ministro, conselheiro de Estado e vice-presidente da Câmara dos Pares; sobrinho-neto paterno de Joaquim Leocádio da Costa, agente comercial miguelista; e sobrinho materno do 1º visconde da Silva Carvalho (1829-1880), conselheiro de Estado e par do reino (por sucessão), o qual foi seu padrinho de baptismo (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. XXVIII, s.d., p. 885 e António Viana, José da Silva Carvalho e o seu Tempo, vol. I, 1891, p. 417, n. 1).
Foi ainda sogro de António Carneiro Pacheco (1887-1957), diplomata, ministro do Estado Novo e (re)fundador, em 1936, da Academia Portuguesa de História (António Baião, «Duas Palavras», in António Viana, Apontamentos para a história diplomática contemporânea por..., vol. III, p. VII e Luís de Reis Torgal, «A História em tempo de Ditadura», in A História da História em Portugal (Séculos XIX e XX), p. 251, legenda).
Pelas suas origens e laços familiares e sociais, pode afirmar-se que Viana constituiu um curioso exemplo de proximidade com as fontes e figuras políticas e académicas dos séculos XIX e XX, desde a época da Guerra Civil de 1828-1834 até à (re)fundação da Academia da História, em 1936.
Embora se desconheça qualquer informação sobre o curso secundário seguido por Viana, preparatório para a entrada na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, sabe-se que teve por colegas de curso António de Oliveira Pacheco (pai de Carneiro Pacheco) e José de Alpoim, «tribuno irrequieto, quase jacobino». O curso foi feito com regular «nemine discrepante» e terminado com nota final de Bom (12 valores), em 1879, aos vinte e um anos (António Baião, Discurso acerca do centenário..., 1958, pp. 4-6).
