Boletim da Academia das Ciências de Lisboa, 2ª Série,
Coimbra e Lisboa, 1929 – 1977
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Publicado durante quase cinco décadas, a partir de Outubro de 1929, numa chamada «Nova Série», o Boletim da Academia das Ciências de Lisboa conheceu notável longevidade e regularidade, atravessando três regimes políticos diferentes, desde a Ditadura Militar ao Estado Novo e início da III República. Foi o órgão oficial da Academia das Ciências de Lisboa (ACL) durante esse longo período e veio substituir o Boletim da Segunda Classe: actas e pareceres, estudos, documentos e notícias (desde 1902 até 1929) e o Jornal de Ciências Matemáticas, Físicas e Naturais… (3 séries, 1866-1929, José Alberto Silva, A Academia Real das Ciências (1779-1834)…, p. 17, n. 27).Nos primeiros anos o Boletim foi dirigido por uma comissão de redacção, constituída inicialmente por seis elementos, entre os quais se destacavam nomes como António Baião, António Pereira Forjaz e Joaquim Leitão. Teve depois a nova publicação como directores Joaquim Leitão (desde Janeiro de 1934 a Maio-Agosto de 1956, até à sua morte) e António Pereira Forjaz (a partir de Outubro-Dezembro de 1956 até 1964), deixando de ter director identificado de 1965 até 1977. Numa breve descrição destas duas figuras, pode afirmar-se que Joaquim Leitão foi jornalista, director de várias publicações periódicas e prolífico autor de novelas, peças de teatro, traduções, estudos históricos sobre D. Carlos, D. Manuel II e Revolução de 5 de Outubro e de evocações de Eça, Camilo e Júlio Dantas, num estilo próximo do de Rocha Martins, erudito e floreado. António Pereira Forjaz foi doutor em Ciências pela Universidade de Lisboa (chegando a director da respectiva Faculdade), licenciado no curso de Magistério Secundário pela Faculdade de Letras de Lisboa e professor de Química no Liceu Passos Manuel, além de vogal da Junta de Educação Nacional.
Os locais de publicação foram Coimbra, na Imprensa da Universidade (de 1929 a 1932); e desde 1933 Lisboa, com a própria ACL a assumir a responsabilidade da edição (embora até 1934 os locais de publicação e de impressão não coincidam, mantendo-se este último em Coimbra). Os números eram publicados no próprio ano a que diziam respeito, com excepção dos tempos finais: os volumes 47 a 49, referentes a 1975 a 1977, só foram impressos, respectivamente, em 1977, 1980 e 1982.
Para o presente estudo, os números consultados, sequenciais e sem interrupção, foram os de 1929 a 1939 (11 volumes), 1947 a 1951 (5 volumes), 1958 a 1962 (5 volumes) e 1970 a 1975 (6 volumes), numa amostragem de 27 volumes completos em 49 anos de publicação. Volumes, avulsos ou completos, referentes a outros anos foram manuseados e serão aqui também tidos em conta, sempre que adicionem informação considerada pertinente.