Em síntese, esta publicação da ACL, que ocupa um vazio respeitante a actas e pareceres, da Regeneração ao início do século XX, contém muitos dos componentes que marcam a vida de uma academia na época contemporânea: o debate e polémica sobre os temas a privilegiar (literários ou eruditos); inclusão/exclusão de políticos e de mulheres sócias; pesos variáveis das actas das sessões e da transcrição, por vezes interminável, de documentos; a existência de projectos colectivos herdados do passado (os Portugaliae Monumenta Historica, o Corpo Diplomático, o Quadro Elementar) e a sua interrupção, face à necessidade sentida de buscas arquivísticas em função de sínteses históricas (como as almejadas por António Ferrão); a prontidão ou lentidão na impressão dos volumes e fascículos, tornando o Boletim da Segunda Classe (a das Letras, junto do público coevo, num produto apetecível, pela novidade ou desinteressante, porque desactualizado.
Bibliografia activa:Boletim da Segunda Classe (Boletim da Classe de Letras, vols. XIII-XV), Lisboa, por ordem e na Tipografia da Academia, vols. I-V, 1903-1912, IX, 1915 e XX (1ª e 2ª partes), s.d.; Coimbra, vols. VI-VII, 1913-1914 e VIII-XIX, 1916-1933.
Bibliografia passiva: António Ferrão, As Causas «Ideais» da Conflagração e a Função Pedagógica das Academias Científicas após a Guerra…, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1918; Catálogo das Publicações da Academia, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1983, pp. 20-22 e 60; Daniel Protásio, verbete sobre António Ferrão no Dicionário de Historiadores Portugueses.