O professor da Faculdade de Letras do Porto critica o alto grau de «inflexível certeza histórica» demonstrado pelo seu interlocutor, analisando o próprio conceito de «erro histórico» incorporado na obra. Critica o «julgamento de figuras históricas» levado a cabo, bem como a linguagem parcial e severa do autor. Com o artigo em causa, Mendes Correia aproveitava para defender o seu ponto de vista, criticando velada e explicitamente os seus adversários, num debate compreensível durante um período em que o nacionalismo histórico era uma tendência historiográfica, acentuando o gosto pela biografia de grandes personalidades históricas.
Se, por um lado, se observa, nesta publicação, uma história de âmbito mais alargado na sua comparação com cenários internacionais coevos, por outro lado registam-se apontamentos de História regional. É o caso do artigo de Artur de Magalhães Basto intitulado O Porto contra Junot, que nos relata a oposição dos portuenses à invasão das tropas francesas. O discurso do autor reduz-se, por vezes, a uma sucessão teatral de acontecimentos, em mercê da excessiva adjectivação utilizada num texto acentuadamente factual. Este culto da história narrativa é também notório noutro artigo de sua autoria, intitulado Na morte de um Rei, que nos relata com detalhe as exéquias fúnebres de D. Pedro II. Magalhães Basto expressa o entusiasmo quando os «patriotas portuenses» se sublevam contra as tropas dos invasores franceses. A noção de «pátria» é recorrente no seu discurso, referindo-se ao «patriotismo», às «aspirações patrióticas» dos portuenses ou ao «solo pátrio» português. Os portuenses são observados das mais diversas formas pelo autor. São as «massas» que incitam à revolta contra os «jacobinos», é o «povo» que, assustado, não compreende a «invasão». Mas os portuenses são também uma «população», uma «multidão», «turbas» que incitam à «revolta», uma «populaça», «plebe», que contrasta com as «classes superiores», estas últimas com fraco entusiasmo pela luta.