Pedro Vitorino e Damião Peres, nos seus artigos sobre Numismática, Epigrafia, Medalhística e História da Arte, consideram as moedas, medalhas, inscrições e demais obras de arte, como fontes e documentos históricos, observando-se um alargamento do conceito. Como Pedro Vitorino afirma: «Quem procura a verdade como alicerce da História, tudo deve aproveitar». O autor chega, mesmo, a apelidar alguns elementos urbanos do Porto como «documentos arquitectónicos». No seu artigo sobre medalhística, utiliza o conceito de «memória», a memória que se terá perdido após o desaparecimento de algumas medalhas sacras do século XVII. Num outro artigo, o autor utiliza a expressão «diagnose» de uma época, um diagnóstico possível, segundo ele, através da leitura de certos elementos epigráficos. Noutra contribuição, desta feita sobre o arco de Santo António do Penedo, o professor utiliza o termo «esquecimento», induzido pelo desaparecimento de algum do património arquitectónico da cidade.
Outro debate historiográfico presente nesta obra é impresso por Paulo Merêa. O professor questiona o facto, defendido por autores como Herculano, António Caetano do Amaral ou João Pedro Ribeiro, de D. Afonso Henriques só se começar a intitular rei após 1140. O académico salienta ter, ocasionalmente, encontrado um documento, com data anterior à Batalha de Ourique, no qual D. Afonso Henriques já se apelidava de rei, facto que não corrobora a hipótese lançada por Herculano e seus seguidores, até então nunca questionada.
Ludovico de Meneses, no seu artigo sobre a Batalha de Ourique, utiliza o interessante conceito de «ficção» desse acontecimento, exacerbado, segundo ele, pela «lorpice das crónicas ulteriores». O autor considera mesmo este um «problema histórico», aproveitando para colocar questões ao passado e levantar um conjunto de hipóteses plausíveis, em campos ainda não passíveis de prova documental. O autor contrapõe o estudo do tenente-coronel Botelho da Costa Veiga, publicado no jornal O Século, de 28 de Março de 1928, criticando o local da batalha apontado pelo militar, bem como os percursos de ida e regresso do campo militar por ele propostos. Ludovico de Meneses sugere como localização da batalha um local mais vasto, entre a linha Mértola-Odemira, o mar, Aljustrel e a linha de Entradas-Mértola, propondo pois o Baixo Alentejo como palco da peleja.