Em 1936, foi contratado com equiparação a professor catedrático para a cadeira de Estudos Brasileiros, docência que desempenhou até 1961, ano em que passou a reger História da Cultura Medieval em acumulação com Literatura Brasileira. Sucedia a Oliveira Lima e a Manuel de Sousa Pinto numa disciplina que era comum a todas as secções da Faculdade. No programa que elaborou discutia-se a originalidade e a evolução histórica do Brasil, a sua importância actual e futura, a projecção literária e linguística das relações bilaterais, não faltando a crítica às preocupações arianizantes de Oliveira Viana ou à visão de Gilberto Freyre, considerando-o profundamente influenciado pelos sociólogos norte-americanos nas suas teses sobre a formação brasileira.

Mas muitas outras disciplinas compuseram uma distribuição de serviço de acordo com o modelo de professor vigente na época, sobretudo expositor de conhecimentos, não dando tanto relevo a critérios relacionados com a especialização científica. Assim, abarcou um amplo leque de matérias, como a História da Antiguidade Oriental, a História da Antiguidade Clássica, a História dos Descobrimentos e a História Moderna e Contemporânea, passando pelas chamadas Ciências Auxiliares da História. Em 1946, devido à ausência de Orlando Ribeiro em missão fora do país, o Conselho Escolar atribuiu-lhe também a cadeira de Estudos Olisiponenses, curso que regeu até 1957, com agrado de numerosa assistência e dos responsáveis da Câmara Municipal de Lisboa, que sempre teceram os maiores elogios à facilidade e brilho da sua exposição.

Nessa época, foi também Vereador da Câmara (1949-1954) e colaborou em programas da Emissora Nacional (1946-1960), proferindo perto de duas centenas de conferências sobre temas portugueses. Dirigiu também a revista Rumo, com o propósito de «estimular, fortalecer e arquitecturar este trabalho de identificação nacional», como se lê no primeiro número (p. 9), cinco ou seis no total, todos publicados em 1946. O periódico contou com a colaboração de Raul Lino, Ferreira de Almeida, Durval Pires de Lima, Delfim Santos, Luís Cabral de Moncada e João Ameal, entre outros.

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