Tanto em História Geral da Civilização, no início da sua carreira docente, como depois em História da Cultura Medieval ou em História Moderna e Contemporânea levantava o problema da periodização em face das diversas sistemáticas da História; comentava Nietzche, discutindo o problema da selecção dos factos e chamando a atenção para as novas metodologias no estudo das civilizações; analisava as concepções medievais ou modernas do mundo e do homem, os aspectos económicos e sociais, as características políticas e jurídicas, as tendências religiosas, artísticas e literárias; discutia as continuidades e as rupturas, as transformações quantitativas e qualitativas na área e na escala dos fenómenos, as suas repercussões e projecção no campo das ideias; questionava as possibilidades de uma História Universal face às histórias nacionais; aprofundava conceitos e abordava temas como o problema do historicismo, a questão do subjectivismo e do objectivismo, a problemática da interdependência dos fenómenos históricos.

A exploração crítica de várias teses sobre a formação dos nacionalismos e dos imperialismos modernos constituía parte substancial das suas lições, dedicando especial atenção à formação das consciências nacionais e ao aparecimento do conceito de pátria, passando pela teoria das nacionalidades e pelas concepções imperialistas e seus teorizadores. O conceito de «morfologia das culturas» e a exposição crítica de várias teorias sobre a vida e morte das civilizações reflectia a polémica em torno da concepção cíclica e do conceito de decadência defendido por Spengler, que refutou nas suas provas de doutoramento, e do modelo challenge and response de Arnold Toynbee.

A sua admiração pelo papel das elites entendidas como «minoria criadora» esteve em particular evidência numa conferência proferida na Sociedade de Geografia de Lisboa, a 12 de Novembro de 1955. Comemorava-se o 1º centenário do nascimento de Mouzinho de Albuquerque, visto pelo orador como um «herói épico», não apenas um bravo, antes «um representante da cultura diante das forças tumultuárias da natureza e da selvajaria e um definidor de ideias e de cidades» (p. 17).

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