Sucedem-lhe outros trabalhos, tais como a tradução do francês da obra Portugal, de Jean Ferdinand Denis (1850), ou, para dar mais um exemplo, o livro de Cesare Balbo, Studii sulla guerra di indipendenza di Spagna e Portogallo, escrito em 1847 (esta obra de Balbo, próxima do que poderá considerar-se história militar). A obra de Bertolotti, resultando de uma incansável vontade de divulgação, teve entre os seus objectivos fomentar o interesse dos leitores pela história e pela geografia. Apesar de debilmente estruturada sob o ponto de vista historiográfico e metodológico, a sua ideia da história revela um interesse por múltiplas áreas do saber (história, geografia, literatura). Em todo o caso, a síntese bibliográfica prevalece sobre a análise rigorosa das fontes e, apesar de ter uma linguagem clara e desprovida dos barroquismos que pululam na escrita romanesca, está contaminada pela faceta do romance histórico, com um excesso de retórica nada incomum em obras de divulgação do século XIX.

Na sua prática historiográfica, Bertolotti tem um período particularmente fecundo por altura do seu regresso a Turim, onde obtém favor e protecção da casa real de Sabóia (em particular do rei Carlos Alberto), à qual já dedicara um estudo histórico: Istoria della Real Casa di Savoja (1830). Segundo alguma crítica, este estudo tem o mérito de ter popularizado um tema ainda pouco conhecido e investigado, embora em tons demaisado lisonjeiros e engrandecedores. De 1838 é outro trabalho histórico, Gli Arabi in Italia. Esercitazione istorica, história crítica da dominação moura nas ilhas e no sul da península, e dos prejuízos que, na opinião do autor, provocou. Em 1857, em colaboração com outro autor que se dedicou à produção de obras de pendor divulgativo - Cesare Cantù, autor de uma história universal traduzida em várias línguas -, publica Il regno Lombardo-veneto e Gli stati sardi. Não se pode desvalorizar o sentido da primeira obra, que surge exactamente numa fase em que a estratégia política e diplomática do Reino de Sardenha (sob a habilidosa chefia do Conde de Cavour) passava por um plano de anexar o reino Lombardo-véneto (a anexação efectuou-se dois anos depois) como primeira etapa da expansão territorial na península.

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