Ensaista brasileiro, nascido em 8 de agosto de 1868, em Aracaju, estado de Sergipe e falecido no Rio de Janeiro, em 22 de abril de 1932. Filho de Paulino José do Bomfim, comerciante e proprietário de engenho, fez os primeiros estudos na terra natal. Em 1886, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, dois anos mais tarde veio para o Rio de Janeiro, então capital federal, onde concluiu o curso com a tese Das nefrites (1890). Não obstante, exerceria a clínica médica por pouco tempo. A morte precoce da filha, durante uma epidemia de tifo, o levou a desistir da profissão passando a se dedicar à educação e aos estudos sociais.

Manoel Bomfim engajou-se no movimento em defesa da educação popular e ingressou no magistério, lecionando as disciplinas Instrução Moral e Cívica, Língua Portuguesa, Pedagogia e Psicologia Aplicada à Educação na Escola Normal do Rio de Janeiro. Ocupou diversos cargos públicos. Assumiu a direção geral do Pedagogium, instituição pública criada após a proclamação da República, com o objetivo de coordenar as atividades pedagógicas no país (1897). Logo em seguida, foi designado chefe da Instrução Pública do Distrito Federal (1898). Comissionado pela Prefeitura do Distrito Federal, fez estágio na Universidade da Sorbonne, na cátedra de Psicologia Experimental, com o renomado professor Alfred Binet (1902/1903). Na volta ao Brasil, reassumiu suas atividades no Pedagogium e ali estabeleceu o primeiro laboratório de psicologia experimental do país.

Além de lutar contra o analfabetismo, o médico e pedagogo preocupava-se em incutir nas crianças as noções de civismo e de amor à pátria. Em 1905, junto com Luis Bartolomeu e Renato de Castro fundou O Tico-Tico, o primeiro periódico brasileiro infantil em quadrinhos de caráter educativo, e que circulou até fevereiro de 1962, totalizando 2097 edições. Propôs ao prefeito do Distrito Federal, Pereira Passos, a ideia da composição de um hino em homenagem à Bandeira Nacional, para ser cantado diariamente pelos alunos nas escolas públicas do Rio de Janeiro. O projeto concretizou-se, com letra de Olavo Bilac e música de Francisco Braga, sendo o Hino à Bandeira oficializado pela República em 19 de novembro de 1906.

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