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Este reconhecimento abre caminho para as duas indagações que o ensaísta se propõe a responder: “(...) Como se explica, então, esse atraso – de nações novas, certamente vivaces, estabelecidas em territórios propícios, férteis e clementes? (...) São povos que possuem todos os elementos para ser adiantados e felizes, e que, no entanto, arrastam uma vida penosa e difícil: por que?” (p. 50). Com efeito. Tais questões instigavam intelectuais e políticos das antigas colônias ibéricas no continente americano, desde dos anos Oitocentos. No Brasil, intensificaram-se nos diversos contextos históricos adversos que o país atravessou, como a crise que ocorreu nas primeiras décadas do século XX, reveladora do desapontamento das elites letradas diante do artificialismo político das instituições republicanas recém instauradas. Proclamada em 15 de novembro de 1889, a República não resolvera os problemas nacionais, ao contrário do que supunham os seus mais fervorosos adeptos. A economia continuava predominantemente agrária, sustentada pela exportação do café, apesar do crescimento urbano-industrial. A situação de pobreza e a ignorância da maioria da população perduravam. Os processos eleitorais careciam de legitimidade, uma vez que o governo central se submetia ao controle dos grupos oligárquicos dos estados de Minas Gerais e São Paulo, que se alternavam no poder. A par disso, depois da Primeira Guerra Mundial, acentuou-se nos meios intelectuais um sentimento nacionalista, dos mais diversos matizes ideológicos, cujo fim último era promover a “regeneração nacional”. Os setores tradicionais, que permaneciam presos à retórica do idealismo constitucional, isto significava exaltar a pátria e adotar modelos liberais estrangeiros. |
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