| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
Mais concretamente sobre os estudos de Aubin relacionados com a Índia portuguesa, sublinhemos que permitiram revelar, sob o prisma do “percurso dos homens, da história dos acontecimentos e das ideais” (Couto, “Jean Aubin”, 2001: p. 728), as condições de formação do primeiro império europeu na Ásia, nos anos decisivos de 1505-1520. Referimo-nos, por exemplo, ao estudo da influência ideológica de Duarte Galvão na corte de D. Manuel e no despertar do messianismo imperial manuelino (Aubin, “Duarte Galvão”, in: Le Latin et L’Astrolabe.I, 1996: pp.11-48). Ou ainda à derrota de Afonso de Albuquerque em Adém no Iémen, depois da conquista de Ormuz, Goa e Malaca e também da influência exercida sobre o governador pelos seus secretários judeus castalhanos, Francisco de Albuquerque e Alexandre de Ataíde. (Id., “Albuquerque et les négociations de Cambaye” e “Francisco de Albuquerque”, in: Le Latin et L’Astrolabe.II, 2000: pp.197-250 e pp.251-279). Salientemos igualmente o contributo decisivo de Aubin para o conhecimento da história da implantação (1503-1504) dos Portugueses na Costa do Malabar, alicerçada em Cochim, e do papel decisivo nesse processo do navegador, militar e “sábio cosmógrafo” (Id.,“Les frustrations de Duarte Pacheco Pereira”, in: Revista de História da Universidade de Coimbra, n°XXXVI, 1991, pp.181-204), Duarte Pacheco Pereira. Além disso, o interesse de Aubin por Duarte Pacheco, autor do célebre tratado Esmeraldode Situ Orbis (1508), “sumo de erudição matemática e da arte de navegar, mas também obra apologética da política real de expansão portuguesa” (Couto, “Jean Aubin”, 2001: p. 728), levá-lo-ia a dar toda a importância à presença do ideário de cruzada cristã na construção do Estado Português da Índia, assim como, às incontornáveis conexões entre a história das cidades portuguesas na Índia e a das relações luso-étiópias. Aubin publicou assim trabalhos inovadores sobre a aliança portuguesa com o reino cristão de Preste João na Etiópia, e a ambição lusa de disputar o controlo do Mar Vermelho ao império otomano (Aubin, “L’ambassade de Prêtre Jean à D. Manuel” e “ Le Prêtre Jean devant la Censure Portugaise”, in: Le Latin et L’Astrolabe.I, 1996: pp.133-182 e pp.183-210). |
|||||||||||||