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Finalmente, em 1929, vê publicada a obra que ambicionara na juventude e que o obrigara a 12 anos de recolha e sistematização dos dados de investigação - O livro de Alportel. O objectivo inicial sobre o Falar alportelense alargara-se a um estudo etnográfico e de história local, na sequência da contextualização histórica, social e económica que foi acrescentando. Submeteu-o ao Concurso de Monografias e foi premiado como a melhor monografia sobre uma região de Portugal. O livro de Alportel foi objecto de análise de Prista Monteiro, que o considera «um texto excepcional no conjunto da bibliografia sobre o Algarve» (p. 259). Realça, sobretudo, na obra de Estanco Louro «o método de observação e análise, enquanto etnógrafo, revela um rigor pela exactidão e sinceridade, onde valores pessoais e científicos coincidem, simultaneamente revelando o etnógrafo como instrumento de trabalho de campo e a etnografia como algo mais que um simples inquérito de terreno» (p.265) O livro de Alportel é composto de vários livros temáticos reunidos num único volume, expondo em cada livro a geografia, a história, a economia, a demografia, o falar, os saberes e as tradições da beira-serra do sotavento algarvio. Segundo Prista Monteiro, «O livro de Alportel procura assim abarcar, à escala da totalidade dos tempos, todo o saber localmente relevante e que justifique a determinação política do futuro regional.» (p.267). Ainda no ano de 1929, concorre a doutoramento com O livro de Alportel. Contudo, após apresentação e defesa perante o júri, o seu exame foi suspenso e Estanco Louro permaneceria num “limbo” académico que o impossibilitaria de se candidatar à cátedra de Estudos Camonianos. |
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