A sua imensa produção distribui-se ainda por outras revistas e obras colectivas, nomeadamente nos Anais da Academia Portuguesa da História, no Boletim da Associação dos Arqueólogos Portugueses, no Boletim da Câmara Municipal do Porto, no Boletim do Ministério da Justiça, no Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, nas revistas Bracara Augusta, Brasilica, Didaskalia, Humanitas e Panorama, assim como nas Actas dos congressos em que participou, entre outros, o Congresso Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências, o V Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, Mélanges David Lopes e Pierre David Cénival. Colaborou com 640 entradas na Enciclopédia Verbo (foi director da secção de História).

A ele se deve a publicação da Revista Portuguesa de Filosofia (Faculdade de Filosofia de Braga), da qual foi um dos primeiros directores. Membro da Assembleia Nacional (X e XI Legislaturas, 1969-1974), onde integrou a II Secção – Interesses de ordem cultural. Aí trabalhou, como subscritor/relator, em 3 documentos: Lei de Imprensa; Projecto do IV Plano de Fomento para 1974-1979 (Continente e Ilhas) – Anexo I – Educação e cultura e Formação profissional; Projecto do IV Plano de Fomento para 1974-1979 (Continente e Ilhas) – Parecer subsidiário sobre Investigação e desenvolvimento tecnológico. Foi membro do Centro de Estudos Demográficos do Instituto Nacional de Estatística e representante da Academia Portuguesa da História na Câmara Corporativa.

Passamos a destacar um aspecto da actividade de Domingos Maurício, o qual, não sendo “profissional”, foi relevante pelo empenho com que o assumiu até ao fim dos seus dias. Trata-se do trabalho de cariz educativo e social que desenvolveu Bairro da Liberdade, sítio muito pobre, perigoso e mal afamado. De iniciativa laical, a assistência espiritual fora confiada aos jesuítas pelo Cardeal Cerejeira, e Domingos Maurício recebeu-o do Pe Joaquim da Silva Tavares (fundador da Brotéria e à data superior da Casa de Escritores da Companhia). A obra foi crescendo e ganhando forma autónoma com o nome, sugerido por Domingos Maurício, de “Educação Popular”. Em 1936 foi considerada “obra de benemerência”, recebendo um louvor em portaria de 23 de Junho do mesmo ano. A Educação Popular expandiu-se no Bairro da Liberdade com a criação de uma escola primária, posto médico, creche e classes infantis, grupo recreativo e secção local da Juventude Operária Católica. A obra foi ganhando tal extensão e merecimento que, por decreto de 11 de Novembro de 1935, o Chefe de Estado condecorou Domingos Maurício com o oficialato da Ordem de Benemerência. A sua preocupação e acção vão estender-se aos “bairros da lata” na periferia de Lisboa, para os quais conseguiu, de instituições públicas e privadas, notáveis melhoramentos nas áreas do saneamento, educação, serviços clínicos e apoio às crianças. O empenhamento no terreno andou a par com a reflexão teórica sobre questões sociais, como se verifica pelos seus escritos.

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