No espectro político, foi conservador; no plano social foi pioneiro, sempre em sintonia com a doutrina da Igreja. Haja em vista a notável obra junto dos mais carenciados, assim o que realizou e escreveu sobre a mulher na vida social (B. 1946). Curiosamente, parece ausente dos seus escritos qualquer alusão ao tema fracturante que a encíclica Humanæ Vitæ definiu, em 1968. Como pedra de toque de uma posição inovadora e aberta, desde os anos 30, está o simples facto de considerar justa, necessária e urgente uma educação para todos, mesmo os mais pobres.

Ainda no plano político, fica por percepcionar claramente a sua posição após o 25 de Abril de 1974. Os balanços levam tempo, e Domingos Maurício não o teve: em 1977 sofreu um AVC que, embora parcialmente superado, se aliou à idade para a contenção de posições públicas. Existem 2 boletins em seu nome no Arquivo da PIDE/DGS (Torre do Tombo), mas sem relevância para esta nota biográfica. Entre outras instituições científicas e culturais, pertenceu à Academia Portuguesa da História, onde entrou como Académico Supranumerário em 1938. Foi Vogal do Conselho Académico desde 1954 e 1972, ano em que foi eleito Vice-Presidente. Ocupou este cargo até 1975, quando foi elevado à categoria de Académico de Mérito. Pertenceu à Associação dos Arqueólogos Portugueses (secção de História), de que foi durante muitos anos Vice-Presidente e depois Presidente.

Bibliografia activa: “O Infante Santo e a possibilidade do seu culto canónico”, Brotéria, nº 4, Lisboa, 1927; “Para a História do Culto do B. Nun’ Álvares. Um documento inédito”, Brotéria, nº 4, Lisboa, 1927; D. Duarte e as responsabilidades de Tânger, Sep. Brotéria, nº 7, Lisboa, 1928; Cancioneiro chamado de D. Maria Henriques / D. Francisco da Costa, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1956; A Relação da Vida e Morte dos Sete Mártires de Marrocos. Fr. António da Conceição, Sep. «Publicações XXIII Congresso Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências», nº 8, Coimbra, 1957; O Infante D. Pedro na Áustria-Hungria, Sep. Brotéria, nº 68, Lisboa, 1959; Portugaliæ Monumenta Cartographica, Sep. Brotéria, nº 72, Lisboa, 1961; O Convento de Jesus de Aveiro, Lisboa, [s.n.], 1974; Brasiliensis, Canonizationis Beatorum Ignatii de Azevedo et 39 Sociorum pro fide interemptorum († 1570). Dilucidatio circanomina Martyrum ex officio concinata, Roma, 1977 [Editado em português com o título Beato Inácio de Azevedo e os 39 Companheiros Mártires, Sep. Didaskália, nº 8, 1979]; A Universidade de Évora e a escravatura, Sep. Didaskália, nº 7, 1978.

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