Durante mais de 30 anos foi assistente nacional e diocesano de diversos organismos da Acção Católica Portuguesa (criada em 1933), nomeadamente da Juventude e da Liga Universitária Católica Feminina (LUCF), da Liga Estudantil Católica Feminina (LECF) e Assistente Diocesano da Juventude Universitária Católica (JUC).

As suas primeiras publicações (1920-22) são poesias e contos incluídos no Mensageiro do Coração de Jesus; com 31 anos (Março e Abril de 1927) publicou na Brotéria o seu primeiro trabalho de história: “O Infante Santo e a possibilidade do seu culto canónico”.

Ao ritmo das suas investigações históricas e das suas obrigações enquanto membro de diversas instituições científicas, participou em inúmeras reuniões especializadas, estando publicadas a maior parte das suas intervenções. Entre os seus primeiros artigos na Brotéria está um pequeno estudo de apologética, bem apropriado ao momento (1929): “Preconceitos contra as Ordens Religiosas em Portugal. Meios de os combater”. Sobre as relações entre a Igreja e a imprensa em geral (e não só a católica) proferiu uma conferência na Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (Dez. 1933) e publicada em Brotéria (1934) com o título “A Igreja e a Imprensa”. Nesta revista foi atento divulgador de movimentos culturais contemporâneos – o Congresso “Pax Romana” e a notícia dos dois agrupamentos académicos e Cidec (1946) - e de renovação católica na Alemanha, França e Inglaterra; tomou posição quanto à preservação do património artístico da Igreja (1931), na linha então desenvolvida pela Santa Sé; comentou a reforma de estudos na Faculdade de Letras (1957); explicou a fundação da UNESCO (1948) e a criação dos Estudos Gerais de Angola e Moçambique (1963).

Embora os estudos históricos lhe tivessem conferido o direito de presença em diversas academias e associações de índole histórica, Domingos Maurício não foi nem podia ser um académico strictu sensu, isto é, não só nunca ensinou numa universidade, como nunca foi sua preocupação escrever história com métodos ou temas de recorte definido. Não obstante tinha ideias precisas sobre metodologia e sobre o que poderemos apelidar de filosofia da História (1957 e 1964). A sua produção historiográfica, sobretudo no que concerne a temas medievais e jesuíticos, foi inovadora e até iconoclasta, deixando para trás lugares comuns e bebendo em documentação original ou até então não inexplorada ou insuficientemente contextualizada. É este o seu contributo, nunca se sentindo qualquer hesitação nos fundamentos da sua mundividência católica: dúvidas, só as que a heurística lhe impunha.

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