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A situação política do país não lhe foi indiferente, Portugal vivia então sob o regime ditatorial de Salazar que alimentava uma guerra em África, sustentada em grande medida por uma narrativa historiográfica conservadora e colonialista. As limitações das perspectivas historiográficas europeias sobre a América Latina, levaram-no a prosseguir os seus estudos nos Estados Unidos onde se adoptavam novas linhas de investigação sobre esse espaço e onde se encontravam os seus principais estudiosos. Decide, enfim, candidatar-se a Princeton, onde leccionava o Professor Stanley Stein, que aceitou orientar-lhe o doutoramento. É por via de Stein que conhece pela primeira vez um brasileiro, o historiador Sérgio Buarque de Holanda, e é de Princeton que parte finalmente à descoberta do Brasil através de um programa multidisciplinar e interuniversitário da Universidade de Columbia. Kenneth Maxwell dedicou-se ao estudo dos espaços Ibérico e Latino-americano, trabalhou aprofundadamente a história do Brasil e de Portugal, prestando particular atenção às relações Luso-brasileiras. Cronologicamente, ainda que se tenha debruçado sobretudo sobre o período Moderno, e principalmente sobre o século XVIII, estudou também dinâmicas fundamentais do período Contemporâneo. O Brasil adquiriu, desde a descoberta do primeiro ouro no final do século XVII, um papel central no quadro da monarquia pluricontinental portuguesa. A relevância deste domínio ultramarino aumentou com o desenrolar do século XVIII e, principalmente, através da acção política de Sebastião José de Carvalho e Melo. Esse processo evolutivo culminou na transferência da corte para o Rio de Janeiro em 1808 – precipitada, naturalmente, pela situação política europeia, mas decorrente de um debate estabelecido em torno dessa centralidade que o Brasil vinha conquistando no quadro geral da monarquia – e na consequente declaração da independência em 1822. Esta evolução extraordinária do Brasil orientou Maxwell para o estudo dos processos que a influenciaram e sustentaram. |
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