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Assim, num equilíbrio complexo entre os exemplos da política absolutista do século XVII e as ideias iluministas suas contemporâneas, e actuando despoticamente, Pombal levou a cabo reformas que alteraram o sistema económico do reino e do império, adoptando políticas mercantilistas e monopolistas, apostou no ensino como forma de reformar as mentalidades e «[…] tomou medidas que dotaram o Estado português de quatro monopólios fundamentais do Poder: sobre os meios de coerção, sobre o sistema fiscal, sobre a administração e sobre a justiça, que eram sem dúvida os objectivos que o absolutismo iluminado sempre tinha procurado atingir.» (Kenneth Maxwell, O Marquês de Pombal, 2001, p. 191.). No reino foram inúmeras as mudanças implementadas, no período que hoje denominamos de Pombalino. O terramoto de 1 de Novembro de 1755 levara à reconfiguração da cidade de Lisboa, a prontidão e empenho de Sebastião José de Carvalho e Melo na reconstrução valeram-lhe a confiança do monarca e permitiram o fortalecimento da sua posição na máquina do Estado. De certo modo, na nova malha urbana da baixa lisboeta materializou-se o projecto político do então secretário de estado. A capital portuguesa renasceu escrupulosamente ordenada, as ruas dispunham-se ortogonalmente e a construção obedecia a regras bem definidas, sem que as igrejas ou os palácios se destacassem dos demais edifícios. A principal praça de Lisboa deixava de ser “do Paço” para passar a ser “do Comércio”, demonstração clara da relevância dos homens de negócios na visão política de Pombal, no centro da praça, porém, a figura majestosa de D. José I, alinhada com a rua da sua Augusta figura. Se é certo que Pombal se dedicou afincadamente ao desenvolvimento da economia portuguesa, quer pela criação de monopólios comerciais em benefício dos grandes comerciantes e mercadores, quer pelo investimento no ensino e no desenvolvimento técnico, as suas políticas reguladoras e centralizadoras pretenderam sempre fortalecer o poder régio, do qual dependia directamente. |
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