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No livro Conflicts and conspiracies: Brazil & Portugal 1750-1808 (1973), traduzido para português em 1977 com o título A Devassa da devassa: a Inconfidência Mineira, Brasil - Portugal, 1750-1808, e que se tornou, entretanto, um clássico para a discussão da conjuração mineira de 1789, Maxwell constrói um quadro interpretativo que cruza informações de arquivos diversos e que coloca em evidência o papel das elites locais nessa primeira acção organizada contra o poder metropolitano. Para o historiador britânico, na década de 1780 verificava-se na Capitania de Minas Gerais um desenvolvimento económico e social que a destacava do restante panorama brasileiro. Para mais, o exemplo da Revolução Americana (1776) não terá passado despercebido num momento em que as tensões com o governo de Lisboa se agudizavam. A elite mineira via a metrópole como sugadouro de riquezas e como principal responsável pela limitação do crescimento económico. Contudo, Maxwell não deixa de notar a inexistência de uma identidade nacional coesa, que seria, de resto, impossível num Brasil tão diverso e regionalizado como era o de Setecentos. Entre as linhas temáticas que compõem a obra de Kenneth Maxwell, a figura de Sebastião José de Carvalho e Melo mereceu destaque, surgindo-lhe como incontornável no âmbito das suas investigações. Desenvolveu, ainda em Princeton, os primeiros estudos em torno do secretário de estado de D. José I e dedicou-lhe, mais tarde, uma biografia, Pombal: A Paradox of the Enlightenment (1995). O secretário de estado, feito conde de Oeiras e, já no fim da vida, honrado com o título de marquês de Pombal é uma figura fundamental para compreender a segunda metade do século XVIII português. O autor não deixa de realçar, no entanto, o carácter paradoxal do ministro de D. José I. Se, por um lado, o reformismo sistemático, o racionalismo, as ideias de progresso marcaram a sua política, por outro, o despotismo deu forma à sua acção governativa. Para Maxwell, o pragmatismo e capacidade de adaptação foram a chave para o sucesso de Carvalho e Melo e, por sua vez, não ter receado agir “a sua maior virtude”. |
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