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Kenneth Maxwell destaca, na sua obra, a actuação de Carvalho e Melo sobre o espaço brasileiro. Inspirado pelo modelo mercantilista, fundou companhias monopolistas, como são exemplo a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba, com o objectivo de fortalecer a posição portuguesa no comércio Atlântico. Não deixando também de notar as reformas administrativas que Pombal executa no império, principalmente no Brasil, o autor de O Marquês de Pombal assinala a percepção que o secretário de estado demonstra ter da incapacidade de controlar o um território tão vasto como o brasileiro, sem flexibilidade e compromisso com as elites locais. A gestão da América Portuguesa seria tanto mais fácil quanto mais se fomentassem as boas relações dessas elites com os órgãos do governo. Por outras palavras, a flexibilidade perante as resistências era a chave para o alívio das tensões internas e permitia o foco nas ameaças externas. As políticas e reformas pombalinas foram, segundo Maxwell, em grande medida, responsáveis pela manutenção do Brasil no seio do império, num período marcado por conturbações e revoluções atlânticas. No entanto, a estrutura pombalina criaria as condições para que o Brasil conquistasse um papel cimeiro na monarquia pluricontinental portuguesa, de tal modo que no fim do século já se projectava como possível cabeça da dita monarquia. Maxwell vê a independência de 1822 como consequência de toda a evolução política, económica e social verificada no Brasil ao longo de Setecentos, realçando, porém, a centralidade que a Revolução Francesa (1789-1799) e o subsequente projecto napoleónico (1799-1815) tiveram no processo. As circunstâncias políticas europeias ao determinarem a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, elevando o Brasil à condição de reino e dotando-o de maior autonomia, espoletaram um processo irreversível. |
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