| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
Historiador, economista, antropólogo, crítico social e político, Oliveira Martins foi um dos mais influentes pensadores na cultura histórica e política portuguesa desde os anos 70 do século XIX. Construiu uma vasta e multifacetada obra que deixou forte marca na visão de Portugal, não apenas entre as elites portuguesas mas também no estrangeiro, especialmente em Espanha e no Brasil. A sua ação e os seus trabalhos suscitaram controvérsia e marcaram não apenas historiadores, críticos, economistas e literatos do seu tempo e do século XX, mas a própria vida política portuguesa contemporânea. Proveniente de uma família de média burguesia urbana, foi o terceiro de nove filhos. O pai, Francisco Cândido Gonçalves, era funcionário público e pequeno proprietário. Pelo lado materno era neto do desembargador Joaquim Pedro Gomes de Oliveira (membro da Junta Preparatória das Cortes de 1820, Secretário de Estado do Reino em 1823-24 e amigo de Mouzinho da Silveira) (Guilherme d’Oliveira Martins, Oliveira Martins, uma biografia, p.30). Autodidata e leitor compulsivo, de um interesse insaciável por múltiplas expressões do humano, desde 1867 Oliveira Martins experimentou diversos géneros literários e ensaísticos: romance e drama históricos, ensaios de reflexão histórica e política e doutrinária. Mas essas tentativas, de valor desigual, não alcançaram grande sucesso. Em 1879, dá-se uma inflexão no seu percurso intelectual, com o início da publicação da Biblioteca das Ciências Sociais (BCS), um projecto editorial de sua exclusiva autoria. Embora alheia a intenções doutrinárias e ao espírito de sistema dominante na época (positivismo, evolucionismo, espiritualismo, etc.), não deixaria de, em parte, ser permeável a algumas estas tendências (Fernando Catroga, "História e ciências sociais em Oliveira Martins", História da História … 1996, pp. 117-159). |
|||||||||||||